Consta com registro de imagens no local, que os policiais fizeram uma barreira humana
Em agosto, uma página bastante “tensa” dos diversos conflitos entre produtores rurais e indígenas na região sul do estado, que ficou conhecido como “conflito de Antônio João” completa 7 anos.
Esse episódio sofreu uma intervenção direta de policiais militares do Departamento de Operações de Fronteira, sob a égide de seu diretor, Coronel PM Ary Carlos Barbosa, atualmente secretario Adjunto de Justiça e Segurança Pública, que promoveram um cordão de isolamento humano, separando indígenas de produtores que estavam em vias de combate. O confronto entre as partes, com certeza levaria a graves consequências e muitas mortes.
Lembrado dos fatos
A situação, que já estava tensa na região desde o sábado (22/08/2015), quando a primeira fazenda foi ocupada, e piorou após reunião na manhã do sábado (29/08/2015), quando produtores rurais decidiram retomar suas terras pessoalmente.
Duas fazendas foram retomadas pelos produtores sem maiores confrontos, Barra e Primavera, porém na última retomada, na Fazenda Fronteira, cujo proprietária era o presidente do Sindicato Rural de Antônio João Dácio Queiroz, houve um enfrentamento entre aproximadamente 200 indígenas e 50 produtores rurais, que teria sido controlado por 4 equipes do Departamento de Operações de Fronteira.
Consta com registro de imagens no local, que os policiais fizeram uma barreira humana, separando as partes para evitar o enfrentamento. Ambos os lados se armaram com foices, inchadas, paus e pedras, partindo para o confronto, tendo os policiais militares do DOF como única barreira.
No dia foram identificados indígenas portando armas de fogo do tipo espingarda o que poderia acarretar um derramamento de sangue, caso o conflito inicial não fosse controlado.
Na reunião do dia 29/08/2015, participavam o então senador Valdemir Moca, e os então deputados federais Tereza Cristina e Luiz Henrique Mandetta. Em meio a reunião houve uma debandada dos produtores que saíram para retomar suas propriedades.
Durante esse ambiente tenso, chegou à informação de que os produtores rurais foram cercados por cerca de 200 indígenas e que não conseguiam mais sair das fazendas invadidas.
O então Secretário de Justiça e Segurança Pública, promotor Silvio Maluf, autorizou uma incursão das equipes do DOF que contavam com apenas 4 viatura e 16 policiais, incluindo o seu diretor, para fazer a extração dos fazendeiros sitiados pelos indígenas.
No ápice do conflito, os 16 policiais do DOF, se colocaram entre os indígenas e os produtores, pois já estavam em vias de fato.
Após mais de 2 horas de isolamento, foi negociado pelo Diretor do DOF junto as lideranças indígenas a saída segura dos produtores rurais, o que ocorreu no inicio da noite do dia 29.
Equipes do DOF permaneceram na área por mais de dois meses, reforçando a segurança que a época é bastante precária naquela região.
No ano de 2016 foi aberta uma sindicância para apurar os atos meritórios dos policiais naquele dia 29 de agosto de 2015. Nenhum tipo de comenda foi entregue aos policiais e o processo que sugeriu o ato de bravura também segue aguardando a apreciação do governador.