Legislativo também deve aprovar Comissão Processante que vai analisar quebra de decoro por parte do médico-vereador
A Câmara de Dourados decide na sessão desta segunda-feira (13) sobre o pedido de cassação do vereador Diogo Castilho (DEM) por quebra de decoro. Preso no dia 4 deste mês por violência doméstica, acusado de agredir fisicamente e ameaçar a noiva de morte, o vereador que também é médico passou uma semana na cadeia e saiu no sábado, após liminar do Tribunal de Justiça.
A denúncia com pedido de cassação do mandato foi protocolada dia 8 pelo advogado Daniel Ribas. Se o pedido for aceito, será instalada Comissão Processante, com prazo de 90 dias para apresentar o relatório final.
Além do processo de cassação, a denúncia pede o afastamento de Diogo Castilho e convocação do suplente (Edson Souza, do DEM, que teve 979 votos na eleição do ano passado).
O Dourados Informa apurou nesta manhã que os dois pedidos serão aprovados em plenário. Devido à gravidade da denúncia, tanto o processo de cassação quanto o afastamento serão decretados hoje.
Na representação da semana passada, Daniel Ribas citou que o caso contra Diogo Castilho é ainda mais grave do que a denúncia contra a vereadora Maria Imaculada (PP), que também enfrenta processo de cassação por ameaçar uma assessora de morte, mas não foi afastada.
“Mesmo diante dos policiais, o vereador Diogo Castilho tentou manipular a vítima e, com isso, manipular todo o sistema de proteção às mulheres. Sabe-se que, nos termos do Código de Ética da Câmara Municipal de Dourados, a presente denúncia será remetida à Comissão Permanente de Ética e Decoro Parlamentar, da qual o vereador denunciado é membro. Certamente o vereador Diogo Castilho terá o mesmo modus operandi, qual seja, tentar manipular a apuração dos fatos, induzir a erro os colegas vereadores e, com a característica que lhe é peculiar, desdenhar da comissão, de seus integrantes e desacreditar no trabalho sério que será desenvolvido”, afirma trecho da denúncia.
A tentativa de manipulação teria ocorrido no momento em que o vereador pediu para a noiva não denunciar a agressão aos policiais militares que foram até o local das agressões, afirmando que se ela o denunciasse acabaria com a carreira política dele.
“O vereador denunciado, sob o argumento da ‘carreira política’ ameaçou uma mulher e sabemos que esta casa de leis possui mulheres como vereadoras, que também podem ser ameaçadas por ele, já que, em relação aos vereadores homens, certamente ele não tem coragem de ameaçar”, afirma Daniel Ribas.