Quase dois meses após ajudar a amante a matar o marido dela com 11 golpes de faca enquanto a vítima dormia, Bruno José Feliciano, 21, se entregou nesta quarta-feira (6) à Polícia Civil em Dourados. Bruno se entregou acompanhado de advogado e está sendo ouvido pelo delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG e responsável pelas investigações.
Segundo informações do site Campo Grande News, Bruno e Mayra de Lima Luna, 22, foram denunciados pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul no dia 3 de março por homicídio triplamente qualificado pelo assassinato do borracheiro Douglas Novaes Rocha, 27. Mayra e Douglas eram casados e tinham três filhos pequenos.
A mulher foi presa no mesmo dia do crime, confessou ter planejado a morte do marido e alegou que as facadas foram desferidas por Bruno Feliciano enquanto Douglas dormia, bêbado, no sofá da casa do casal. Ela também afirmou que foi o amante que “desovou” o corpo na margem de uma estrada de terra entre os bairros Guaicurus e Jóquei Clube, na região sul de Dourados.
Bruno teve a prisão decretada pela Justiça no dia seguinte ao crime, mas fugiu da cidade. Por um tempo ele ficou escondido na casa de Moizés Antônio Feliciano dos Santos, 35, o “Xuxa”, em Corbélia, na região oeste do Paraná.
No domingo (4), durante buscas ao foragido, agentes do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil chegaram até a casa de Moizés, mas Bruno já tinha deixado o local. O morador foi preso, pois era procurado por assassinato ocorrido em novembro de 2011 em Rio Brilhante. Moizés tem 17 anos de reclusão a cumprir pelo crime.
Na denúncia, já aceita pela Justiça, o promotor Luiz Eduardo Sant’Anna Pinheiro afirmou que Mayra e Bruno mataram Douglas por motivo torpe, por considerá-la obstáculo ao relacionamento extraconjugal; mediante recurso que dificultou a defesa, uma vez que os ataques começaram enquanto a vítima dormia após ingerir bebida alcóolica, e por meio cruel, tendo em vista a quantidade de golpes desferidos em Douglas.
Além do homicídio triplamente qualificado, os dois são réus por ocultação de cadáver e fraude processual (limpeza da sala e do carro usado para levar o corpo, para apagar pistas). Em breve ele será levado para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Mayra está no presídio feminino de Jateí.
Ele nega
O advogado de Bruno, Júlio Montini Neto, disse que o rapaz nega participação no assassinato de Douglas. A versão contada pelo defensor contraria a investigação policial e também a história contada por Mayra.
Segundo ele, Bruno achava que Mayra estava separada e que morava com os pais. Por isso teria aceitado ir até a casa dela no dia do crime. “Quando chegou na casa ele encontrou a pessoa [Douglas] caída. Ele nem sabia o que tinha acontecido”, alega o advogado.
Ainda segundo o advogado, Bruno achou que o homem seria socorrido ao hospital, mas no caminho a mulher teria dito que havia matado o marido. “Ele tem até medo de sangue, entrou em desespero”, alega o advogado.