O douradense sócio-proprietário da Douratrans Transportes, Nelson Ormai Rodrigues, foi preso em sua fazenda localizada no município de Deodápolis durante a Operação Geminus, desencadeada pela Polícia Federal contra organização criminosa que movimentava cinco toneladas de cocaína por ano, transportada da fronteira entre Mato Grosso do Sul e Paraguai para o Rio Grande do Sul. Os mandados de busca e de prisão, expedidos pela Justiça Federal do estado gaúcho. A Polícia Federal também fez buscas no escritório de contabilidade Orteco, o mais tradicional da cidade de Dourados, com quase 40 anos de atividade.
Durante a Operação Geminus a Polícia Federal encontrou pelo menos R$ 10 milhões em dinheiro vivo em uma fazenda no município de Deodápolis que pertenceria a Nelson. São 17 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão cumpridos em Dourados, Deodápolis, Maracaju e Ponta Porã.
Na casa de Nelson, no Jardim Mônaco, região nobre de Dourados, os policiais utilizaram marretas para quebrar paredes e piso atrás de esconderijo de dinheiro. Pelo menos R$ 60 mil já teriam sido encontrados na casa. Já na fazenda do acusado em Deodápolis, os policiais federais encontraram joias, armas e veículos de luxo.
Segundo informações policias, a investigação apurou que organização criminosa, comandada por núcleo familiar, entre eles dois irmãos gêmeos um que comandava o esquema de tráfico em Deodápolis (MS) e outro no Rio Grande do Sul, utilizava o agronegócio e outras atividades econômicas formais como fachada para ocultar os valores obtidos com o tráfico internacional de drogas, principalmente de cocaína.
O grupo, segundo a Polícia Federal, transportava a droga escondidas em caminhões, que saiam da fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai, para uma propriedade rural no município de Viamão (RS), de onde era distribuída para traficantes locais do estado gaúcho, principalmente das regiões de Porto Alegre e Vale dos Sinos. Durante as investigações, iniciadas em agosto de 2019, a Polícia Federal apurou que a organização criminosa movimentou 5 toneladas de cocaína em um ano.
Para ocultar o tráfico os valores obtidos com as atividades eram inseridos na economia formal através de simulação de prestação de serviço de transporte, declaração de produção de grãos inexistente, atividade pecuária na região de Deodápolis, empresa de locação de máquinas e equipamentos para a construção e outras aquisições de bens móveis e imóveis em nome de terceiros, mais conhecidos como laranjas.
São executadas ordens judiciais para o sequestro de 52 imóveis e de 70 veículos, entre automóveis, jet skis, caminhões, carretas e tratores, e o bloqueio de valores em contas bancárias de 33 pessoas físicas e jurídicas envolvidas. Os bens a serem sequestrados estão estimados em 50 milhões de reais. Os crimes investigados na Operação Geminus são tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A Operação Geminus
A operação foi denominada Geminus, pois dois integrantes do alto escalão da organização investigada são irmãos gêmeos idênticos, sendo que um deles gerencia os negócios ilícitos no Rio Grande do Sul e o outro no Mato Grosso do Sul.