Prefeitura de Dourados assegurou que a estutura localizada no trecho da Rua Hayel Bon Faker sobre o Córrego Laranja Doce está segura
O novo surgimento de erosão às margens da ponte localizada no trecho da Rua Hayel Bon Faker sobre o Córrego Laranja Doce fez a Prefeitura de Dourados correr para garantir que a estrutura construída ao custo de R$ 2,3 milhões para os cofres públicos é segura.
Na tarde de quinta-feira (2), a administração municipal informou ter notificado a Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul) por causa do problema, semelhante ao mostrado pelo Dourados Informa há quase um mês, no dia 4 de fevereiro.
“No final de janeiro a Empresa concluiu a passagem da tubulação de esgoto e fez a implantação de dois poços de visita, porém a recomposição do aterro ainda não havia sido concluída e as fortes chuvas provocaram uma erosão no local no início de fevereiro”, detalhou.
Embora assegure ter sido oficiada pela Sanesul sobre a conclusão do serviço, a Prefeitura de Dourados aponta que não houve solução.
“Está acontecendo o extravasamento da tampa dos poços de visita e automaticamente essa água, que vem com muita força, acaba fazendo erosão na má compactação de solo. Nós já havíamos notificado na semana passada e estamos reiterando essa notificação para solicitar que seja feito com o máximo de urgência”, disse o secretário municipal de Obras Públicas, Luis Gustavo Casarin.
Para tentar tranquilizar a população, reforçou que a ponte é segura e que não há riscos para quem passa pelo local. “Nós entregamos essa obra no final de novembro, e é importante dizer que a estrutura é segura”, ressaltou.
Ao Dourados Informa, o diretor comercial e de operações da Sanesul, Madson Roberto Pereira Valente, defendeu responsabilidade compartilhada com a prefeitura para resolver o recorrente problema.
“Nossa rede de esgoto é para atender esgoto, porém existem muitos infratores que pegam água da chuva das residências e jogam na rede de esgoto. Ela não foi constituída para aguentar água pluvial, quando isso acontece já é um crime ambiental. Cabe à prefeitura que tem o poder de polícia, no sentido de ir nessas residências para fazer varredura para notificar esses infratores, dar prazo para adequar e encaminhar ao Ministério Público. Se a prefeitura se propõe a juntar conosco, fazemos nosso apoio técnico na identificação dos infratores e a prefeitura faz o papel que cabe a ela de notificar. São iniciativas que estamos tomando e vamos apresentar nosso plano de ação. Porém, cabe à prefeitura se integrar”, pontuou.
Madson afirma que sem esse trabalho, o problema às margens da ponte da Hayel Bon Faker vai ser recorrente. “É muita gente fazendo lançamento indevido. Água de chuva tem que ser jogada para rua para ser captada pela galeria pluvial. São transtornos provocados pela falta de consciência da população”. Ele reconhece que o transbordamento leva esgoto para o córrego, mas a maior parte da carga é de água da chuva.
Em fevereiro, quando ocorreu problema semelhante na ponte da Hayel Bon Faker, ele esclareceu que o problema “não tem nada a ver com a qualidade da obra”, mas com a rede de água e esgoto.
“Infelizmente existem pessoas que até de forma criminosa lançam água de chuva na rede de esgoto. Com o excesso de chuva, essa água transbordou na ponte e removeu esse material. Já estamos fazendo levantamento e vamos providenciar, nessa parte onde seria grama, vamos colocar concreto, para que não remova novamente o material”, disse na ocasião.
Esse trecho da Rua Hayel Bon Faker que dá acesso ao Jardim Europa desmoronou durante o temporal de 18 de março de 2022. No dia 26 daquele mesmo mês, um veículo caiu na cratera e duas pessoas ficaram feridas.
Somente em 29 de junho a administração municipal formalizou o Contrato nº 156/2022/DL/PMD com a Matpar Indústria Comércio e Engenharia LTDA para construção da ponte. O vínculo estabeleceu vigência de 180 dias contados da data da decretação da situação de emergência, 22 de março.
A contratação previa obras de infraestrutura para construção de ponte de concreto armado pré-moldado (10,24x16,00M) para transposição do Córrego Laranja Doce, microdrenagem de águas pluviais, pavimentação asfáltica, sinalização viária e calçamento na Rua Hayel Bon Faker (parte) x travessia do Córrego Laranja Doce.
A prefeitura só conseguiu liberar o tráfego de veículos nesse trecho em 29 de outubro do ano passado, mas ainda restava terminar os serviços de drenagem, ornamentação e calçamento. Com isso, a entrega oficial da obra ocorreu em 19 de novembro passado.
*Matéria editada às 12h09 para acréscimo da resposta enviada pelo representante da Sanesul.