Gilson Machado Neto esteve na Expoagro, nesta quinta-feira, em Dourados
O ministro do Turismo Gilson Machado Neto que esteve nesta quinta-feira (16) em Dourados para uma visita técnica ao Parque de Exposições João Humberto de Carvalho, durante a Expoagro Digital, afirmou durante entrevista coletiva para a imprensa que o “produtor rural é o que mais preserva o meio ambiente”.
Segundo o ministro, 66% do território brasileiro se mantém preservado. “Eu sou produtor rural, a gente vê que o país da gente é o país mais preservado do mundo, nós temos em torno de 66% do nosso território igual a quando a Jesus Cristo veio a terra, quem disse isso não sou eu não, é a Nasa (...) Google Earth”, afirmou Gilmar Neto na tarde desta quinta-feira em Dourados.
A declaração contraria dados da Global Forest Watch ( GFW ), uma plataforma para proteger florestas ao redor do mundo. Dados do grupo apontam que os países com maior perda de cobertura florestal são na sequência classificatória: Rússia, Brasil, Canadá, Estados Unidos e Indonésia. De acordo com dados da Universidade de Maryland e do Google, o mundo perdeu 2,3 milhões de quilômetros quadrados (230 milhões de hectares) de cobertura florestal entre 2000 e 2012, o que equivale a 50 de campos de futebol de floresta perdidos a cada minuto de cada dia por 12 anos.
Além disso o ministro falou também dos investimentos em Dourados e do Marco Temporal, tese que ainda está sendo votada no Supremo Tribunal Federal (STF) defendida pelos ruralistas e pelo presidente Jair Bolsonaro por limitar as demarcações a áreas de posse dos índios até a data de promulgação da Constituição Federal (5 de outubro de 1988).
À imprensa o ministro também fez duras críticas ao marco temporal, afirmo que “se for aprovado, vai decretar o fim do agronegócio no Brasil”, pontuou Gilson na visita em uma das maiores feiras de agronegócios do sul do Estado.
E continua, “não quero nem falar como produtor rural, mas como brasileiro. O Brasil produz hoje um de cada cinco pratos de alimentos no mundo com apenas 7% do seu território usado para agricultura. O País já tem 14% de suas terras usadas só para reservas indígenas, onde moram 900 mil brasileiros. Se tiver mais 14% com esse marco temporal, vai decretar o fim do agronegócio no Brasil”, afirmou o ministro.
Seguindo a agenda, amanhã o ministro cumpre agenda em Bonito, onde deve encaminhar detalhes da visita do presidente Jair Bolsonaro, prevista para o dia 1º de outubro.