Erosão ressurgiu às margens da ponte da Hayel Bon Faker porque água da chuva lançada na rede de esgoto provoca transbordamento em tubulação
Diretor comercial e de operações da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), Madson Roberto Pereira Valente defende responsabilidade dividida com a Prefeitura de Dourados para resolver a origem do recorrente problema que afeta a ponte construída no trecho da Rua Hayel Bon Faker sobre o Córrego Laranja Doce.
Na tarde de quinta-feira (2), a administração municipal informou ter notificado a empresa para solucionar a erosão que após a chuvarada ressurgiu às margens da obra que custou R$ 2,3 milhões aos cofres públicos e demorou oito meses para ser concluída. O mesmo ocorreu há quase um mês, no dia 4 de fevereiro.
Ao Dourados Informa, Madson explicou que é preciso combater esse problema na origem. “Nossa rede de esgoto é para atender esgoto, porém existem muitos infratores que pegam água da chuva das residências e jogam na rede de esgoto. Ela não foi constituída para aguentar água pluvial, quando isso acontece já é um crime ambiental. Cabe à prefeitura que tem o poder de polícia, no sentido de ir nessas residências, para fazer varredura para notificar esses infratores, dar prazo para adequar e encaminhar ao Ministério Público. Se a prefeitura se propõe a juntar conosco, fazemos nosso apoio técnico na identificação dos infratores e a prefeitura faz o papel que cabe a ela de notificar. São iniciativas que estamos tomando e vamos apresentar nosso plano de ação. Porém, cabe à prefeitura se integrar”, pontuou.
O representante da Sanesul afirma que sem esse trabalho, o problema às margens da ponte da Hayel Bon Faker vai ser recorrente. “É muita gente fazendo lançamento indevido. Água de chuva tem que ser jogada para rua para ser captada pela galeria pluvial. São transtornos provocados pela falta de consciência da população. A Sanesul não tem como resolver isso enquanto não vencer essa questão do lançamento indevido. Toda vez que houver um alto volume pluviométrico em Dourados vai acontecer”, disse.
Ele reconhece que o transbordamento leva esgoto para o córrego, mas diz que a maior parte da carga é de água da chuva. “Quando veio fazer a ponte tivemos que adequar nosso sistema de esgoto que já estava lá. Mas não tem nada a ver com a estrutura da ponte. Refizemos o serviço, voltou a dar o problema, hoje estava programado para mobilizar para melhorar essa compactação”, detalhou.
Esse trecho da Rua Hayel Bon Faker que dá acesso ao Jardim Europa desmoronou durante o temporal de 18 de março de 2022. No dia 26 daquele mesmo mês, um veículo caiu na cratera e duas pessoas ficaram feridas.
Somente em 29 de junho a administração municipal formalizou o Contrato nº 156/2022/DL/PMD com a Matpar Indústria Comércio e Engenharia LTDA para construção da ponte. O vínculo estabeleceu vigência de 180 dias contados da data da decretação da situação de emergência, 22 de março.
A contratação previa obras de infraestrutura para construção de ponte de concreto armado pré-moldado (10,24x16,00M) para transposição do Córrego Laranja Doce, microdrenagem de águas pluviais, pavimentação asfáltica, sinalização viária e calçamento na Rua Hayel Bon Faker (parte) x travessia do Córrego Laranja Doce.
A prefeitura só conseguiu liberar o tráfego de veículos nesse trecho em 29 de outubro do ano passado, mas ainda restava terminar os serviços de drenagem, ornamentação e calçamento. Com isso, a entrega oficial da obra ocorreu em 19 de novembro passado.