Com apenas três meses de vida, um bebê em Dourados aguarda a decisão judicial que vai decidir a sua vida. O menino foi resgatado por uma mulher enquanto os pais brigavam no meio da rua, na madrugada de sábado (12). No dia os pais foram encaminhados a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) autuado por abandono de incapaz, ouvidos e liberados.
O Conselho tutelar informou que a criança não possui o registro de nascimento, apresenta apenas uma vacina e ainda está sob suspeita que não tenha realizado o teste do pezinho, um dos mais importantes nos primeiros dias de vida, constatando negligência.
A coordenadora do Conselho Tutelar da região leste de Dourados, que atendeu o caso, Janine Matos, disse que a decisão sobre o destino da criança depende do Judiciário. “Para a proteção dela, permanecerá no abrigo até providenciar toda a documentação necessária. A partir daí, a Justiça é quem toma uma decisão se ela pode retornar aos pais”.
No sábado, após o caso ser registrado, uma equipe do Conselho foi até a casa onde o casal vivia com o bebê, sendo constatado a precariedade para a sobrevivência de uma criança. Familiares foram acionados para que pudessem ficar com o menino, mas no dia nenhum se mostrou a disposição.
Janine disse que depois do caso, a mulher decidiu se separar do marido e retornar a casa da mãe, onde vivem mais três filhos dela. A avó materna e a mãe da criança pediram para que o bebê possa voltar a casa, mas agora a decisão será do Judiciário. “O prazo segue até amanhã sobre as pessoas com interesse de buscar a criança”, contou a conselheira.
Segundo a psicóloga e psicanalista em formação Juliana Simczak Treuherz, nos primeiros anos de vida é de extrema importância o acolhimento afetivo para a formação da mente de um ser humano. “Quando falamos principalmente da questão afetiva, quando a gente fala em formação da mente a gente fala da constituição dessa mente a partir da relação das trocas afetivas, então um bebê que é abandonado na rua ele sujeito a uma extrema vulnerabilidade aonde ele pode estar vivendo situações precárias, é muito importante que um bebê possa ser cuidado por adultos saudáveis que possam dar todo esse acolhimento”, explicou a psicóloga.
“O bebe é um ser extremamente dependente e só no decorrer dos anos que ele passa a se transformar parcialmente independente para que então depois tenha algumas independências, com seu amadurecimento neurológico”, pontuou Juliana.
Eduardo Henrique de Oliveira
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