Diretora técnica da Funsaud enviou ofício para informar que Unidade de Pronto Atendimento estava sem médico no final de semana
Wanilton Alves Pereira, 50 anos, pedreiro. Este foi o homem que morreu no início da tarde de ontem (6) na UPA em Dourados, supostamente sem atendimento médico. Os parentes fizeram o velório da vítima na manhã desta segunda-feira com tristeza e indignação e deverão registrar ainda hoje boletim de ocorrência na Polícia Civil.
A tragédia já tinha sido anunciada pela diretora da Funsaud em ofício enviado sábado (5): “(...) informo que a UPA Afrânio Martins encontra-se sem médico clínico para atendimento de pacientes internados nesta unidade hospitalar, bem como, para atendimento de quaisquer outros pacientes que possam vir procurar esta unidade. Por este motivo, não há condições de aceitar pacientes regulados pelo Samu ou ainda que serão transferidos do PAM para esta unidade”. O oficio tinha o número 20/2021/FUNSAUD.
O documento informando sobre a desassistência de pacientes na UPA foi encaminhado ao secretário interino de Saúde Edvan Marcelo Morais, ao prefeito Alan Guedes (PP), ao secretário de Governo Henrique Sartori e ao diretor do complexo regulador de Dourados, Frederico de Oliveira Weissinger.
A reportagem do Dourados Informa conversou na manhã de hoje com o secretário Edvan Marcelo, que contesta a versão do prontuário médico e afirma que o homem foi atendido por profissional. Além disso ele relata que o questionamento deve ser feito à Funsaud, pois, segundo Edvan, a secretaria não tem essas respostas.
O documento enviado para a administração no dia 5 de junho já relatava a falta de médicos no local e reconhecia a dificuldade em contratar médicos para a Unidade.
“É de conhecimento dos senhores que a fundação vem enfrentando problemas com a escala médica da UPA devido ao problema de atrasos dos pagamentos dos profissionais médicos”, relata o documento.
A falta de médicos é problema recorrente em Dourados devido à pandemia e o colapso provocado no sistema de saúde pelo número de pessoas com quadro grave de covid-19.