A alta dos preços da carne refletiu nos valores dos cortes de segunda e de terceira. Açougues relatam que carcaça temperada, pé de galinha e pescoço, entre outras partes de boi, vaca e porco, tiveram um aumento de procura e também encareceram. Não há dados nacionais sobre esses cortes.
Segundo a consultoria Safras e Mercados, a carcaça temperada de frango subiu 45%, o dorso, 60%. Entre os suínos, a maior alta foi no espinhaço (23,91%), que é a "coluna" do porco, e na orelha (20%), conforme apurado pelo site de notícias do G1.
A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) não disponibiliza dados sobre desses cortes e a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se restringe a carnes de primeira e de segunda ou ao produto como um todo, no caso do frango e porco. A alta acumulada no preço da carne bovina chegou a 36% entre agosto de 2020 e 2021, segundo o IBGE. O frango encareceu até mais nesse período: 40,4%. O ovos subiram 20%,.
O abandono da carne vermelha foi a saída para 67% dos brasileiros economizarem nas refeições, de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada em 20 de setembro.
Imagens de pessoas buscando ossos que costumavam ser descartados por frigoríficos e açougues viraram um retrato da realidade de famílias de baixa renda nos últimos meses. Nos últimos dias viralizou em Santa Catarina a imagem de um supermercado um cartaz que dizia que “ossso é vendido e não dado”. A Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) emitiu uma recomendação para que os estabelecimentos doem os ossos e não os vendam. A mensagem foi retirada após a polêmica.