Plantio fora da janela ideal eleva riscos com intempéries climáticas, como estiagem, geada e queda de granizo
Mato Grosso do Sul plantou 40% do milho segunda safra fora da janela ideal, entre 17 de fevereiro e 24 de março. No entanto, 93% das lavouras apresentam boas condições justamente pela chuvarada do primeiro trimestre do ano, que atrasou a colheita da soja e também impactou a cultura do cereal.
Boletim Casa Rural publicado na terça-feira (18) pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) aponta que dos 2,325 milhões de hectares estimados para esse ciclo, 99,1% foram semeados até 14 de abril. Os trabalhos já foram concluídos na região sul, enquanto a região centro está com 98,7% média e a região norte com 98,0%.
Elaborado pelo Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) a partir de contatos com empresas de assistência técnica, produtores e sindicatos rurais, além de empresas privadas dos principais municípios produtores do Estado, o documento estima a produtividade do cereal em 80,33 sacas por hectare, o que gera expectativa de produção de 11,206 milhões de toneladas.
Embora aponte 93% das áreas plantadas em boas condições graças às chuvas volumosas entre os meses de janeiro e março “que contribuíram para uma boa formação das lavouras”, o Siga-MS pondera que “o futuro da cultura ainda é incerto”.
Isso porque Mato Grosso do Sul apresenta 40% da produção fora da melhor janela de semeadura, correndo o risco de sofrer com intempéries climáticas (estiagem, geada e queda de granizo).
O boletim Casa Rural indica que a operação de semeadura está lenta em todas regiões, já que a janela de plantio do milho está concentrada entre os dias 17 de fevereiro a 24 de março de 2023, período no qual costumam estar concentrados aproximadamente 72,2% da operação.