O recuo do presidente Donald Trump excluiu a celulose e ferro-gusa, que figuram entre os produtos mais exportados por Mato Grosso do Sul para os Estados Unidos. Contudo, o tarifaço atinge a carne bovina, que responde por 60% do total vendido no primeiro semestre deste ano pelo Estado para a terra do Tio Sam.
Inicialmente, o norte-americano ameaçava taxar todos os produtos brasileiros a partir de amanhã (1º de agosto). No entanto, o decreto publicado nesta quarta-feira (30) isentou 700 tipos de produtos do tarifaço, inclusive dois principais de MS.
A celulose (US$ 74,8 milhões) e minério de ferro (US$ 40 milhões) representam 36% do montante exportado pelos sul-mato-grossenses para os americanos. Aliás, o Estado virou vale da celulose com a perspectiva de receber mais R$ 75 bilhões em investimentos com a construção de mais três fábricas (Arauco, Bracell e Eldorado).
O setor de ferro-gusa também está em expansão em Corumbá com a realização de novos investimentos pela J & F, empresa controlada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Por outro lado, o setor de carne bovina, que soma mais de US$ 186 milhões (R$ 1 bilhão) na venda aos Estados Unidos no primeiro semestre vai pagar tarifa de 50%. Frigoríficos já direcionaram o produto para outros países e para o mercado interno.
Outro setor afetado será a produção de tilápia (US$ 3,2 milhões), que destinava 90% da venda externa para os EUA.
“Embora a medida represente um desafio ao comércio exterior nacional, a Fiems considera que o adiamento de sete dias na entrada em vigor da nova tarifa e, sobretudo, a divulgação de uma lista de exceções envolvendo cerca de 700 produtos são sinais claros de que há espaço para diálogo e negociação”, informou a entidade, em nota
“A Federação vê o decreto como menos gravoso do que o cenário inicialmente previsto e acredita que, com continuidade no esforço diplomático, será possível avançar em entendimentos que incluam também a carne bovina, a tilápia e outros produtos estratégicos do agronegócio e da indústria sul-mato-grossense”, destacou.
“A Fiems reafirma seu compromisso com a defesa dos interesses do setor industrial e seguirá atuando em articulação com as entidades nacionais para garantir previsibilidade, segurança jurídica e competitividade às exportações brasileiras”, concluiu.