Federação implementa programa “Joga Bola, Menina” para incentivar prática do futebol feminino

O futebol feminino enfrenta muitos desafios para ser praticado, principalmente a combinação nociva da falta de incentivo, suporte financeiro e preconceito. A Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) trabalha para mudar esse cenário e incentivar a prática do esporte entre meninas e mulheres de todo o Estado e, neste ano, implementou o programa “Joga Bola, Menina”, com o objetivo de fortalecer o espaço feminino nos gramados sul-mato-grossenses.

Com apoio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), da Prefeitura de Campo Grande, através da Funesp e Semed, e do Governo do Estado, por meio da Fundesporte, o programa foi estruturado em quatro ações principais: a realização dos campeonatos adulto, que já vinha sendo disputado regularmente, novas competições de base Sub-17 e Sub-15, além da implantação de um núcleo de futebol feminino no Parque Ayrton Senna, na Capital.

Com o Estadual Feminino em andamento, a Federação inova com a realização das primeiras competições na base, o que, para o presidente da entidade, Estevão Petrallás, é um marco para o atual ciclo da modalidade, que tem a Copa do Mundo de 2027, que será realizada no Brasil, além dos Jogos Olímpicos de 2028.

“Vamos realizar, pela primeira vez e com apoio da CBF, os campeonatos femininos Sub-15 e Sub-17, um passo importante no fortalecimento da modalidade no Estado. A iniciativa visa ampliar a base e preparar novas gerações de atletas, contribuindo para o crescimento do futebol feminino no Mato Grosso do Sul, iniciativa que ganha ainda mais relevância diante da proximidade da Copa do Mundo 2027, que será sediada pelo Brasil”, disse o dirigente.

As competições acontecem em novembro, com sede em Campo Grande, e serão disputadas no formato Festival de Futebol, que fazem sucesso no Sub-9 e Sub-11 masculino, concentrando os jogos em uma única sede aos finais de semana. A expectativa é que participem mais de 20 equipes em parceria com diversas escolas, com cerca de 450 atletas.

Além das equipes da Capital, participam times de Dourados, Nioaque, Terenos, Aquidauana e Dois Irmãos do Buriti. A FFMS procurou identificar entidades onde já havia alguma prática do futebol feminino, como escolas públicas que desenvolvem treinamentos de futsal e que podem representar equipes filiadas à Federação em competições, como o CE Guaicurus/Eulália Lessa. Essas parcerias devem ampliar o alcance do programa, promovendo a integração entre o ambiente escolar e o esporte profissional.

Núcleo de Desenvolvimento do Futebol Feminino

Para formar novas atletas, a intenção é ir além da parceria com escolas. No Parque Ayrton Senna, na região do Aero Rancho, em Campo Grande, será implantado o Núcleo de Desenvolvimento do Futebol Feminino, com financiamento da CBF e FFMS e parceria da Fundesporte, com a cedência do espaço, e da Semed, com a presença de profissionais de educação física.

No espaço, com até 120 vagas, as meninas terão orientação tática, técnica, física e mental sobre futebol. As participantes receberão kit uniforme com camiseta, calção, meião e colete, nas mesmas cores do uniforme da seleção brasileira, criando uma identificação com a maior marca nacional.

Organizador e um dos idealizadores do programa “Joga Bola, Menina”, o diretor de Competições, Marco Tavares, espera levar a iniciativa para outros municípios. “Esse é nosso primeiro ano e o trabalho que começa a ser desenvolvido na Capital, a Federação quer parcerias em outras cidades do Estado, aproximando a população do futebol feminino, além de formar atletas e promover a inclusão delas nas equipes sul-mato-grossenses”, explica.

O objetivo é direcionar essas atletas para equipes que disputem competições oficiais e até direcionar jogadoras para grandes clubes do futebol feminino do Brasil. “Com esse projeto, esperamos dar o pontapé inicial para mudanças de comportamentos, de entendimentos sobre a prática dirigida do futebol feminino e abrir essa oportunidade às meninas que sonham em praticar o esporte e jogar nos grandes clubes”, completa Tavares.