A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul concedeu, nesta quinta-feira (27), habeas corpus aos seis presos na Operação Cartão Vermelho, que deixam a prisão mediante monitoramento com tornozeleira eletrônica. Entre os detidos desde o dia 21 de maio deste ano estavam cinco sobrinhos do presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário de Oliveira.
A relatora, desembargadora Elizabete Anache, votou pela manutenção de Cézário em liberdade mediante monitoramento eletrônico. Ele foi o primeiro a deixar a prisão após sofrer princípio de infarto após a morte da irmã, Maria de Oliveira, 81, e ser internado no Hospital da Cassems.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) prendeu Cezário e quatro sobrinhos: o responsável pelas finanças da federação, Umberto Alves Pereira, o Beto, o delegado de jogos, Aparecido Alves Pereira, o Cido, Valdir Alves Pereira e Francisco Alves Pereira, o Caiá. Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira é filho de Beto.
O único preso que não é parente do dirigente é Rudson Bogarin Barbosa, gerente de TI da Federação de Futebol, que também foi beneficiado pelo habeas corpus.
Os sete vão ficar em liberdade, mas com tornozeleira eletrônica. Eles foram denunciados pelo Gaeco pelo desvio de R$ 10 milhões da FFMS e vão responder pelos crimes de peculato, organização criminosa e até furto qualificado. A denúncia tem 253 páginas.
“Defesa pediu ao TJ apenas o cumprimento da lei: prisão como a decretada só é admitida em situações excepcionais; porque sempre se pode substitui-la por outras medidas, como a tornozeleira”, afirmou o advogado André Borges, que representa Cezário.