A colheita do milho 2ª safra 2024/2025 se aproxima da reta final em Mato Grosso do Sul, e os produtores já se preparam para iniciar uma nova safra de soja. O prognóstico da Primavera do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS (Cemtec/MS), aponta que o trimestre que compreende os meses de outubro, novembro e dezembro (OND) - crucial para o estabelecimento e desenvolvimento inicial da cultura - será marcado por irregularidades nas chuvas, temperaturas acima da média histórica e uma provável influência do fenômeno La Niña.
De acordo com o Cemtec/MS, a precipitação acumulada histórica para o trimestre varia entre 400 e 500 milímetros, em grande parte do Estado. No Nordeste e extremo Sul, as médias sobem para 500 a 600 mm, enquanto no Noroeste ficam entre 300 e 400 mm. Neste ano, as chuvas podem variar para baixo ou para cima dessas médias, com tendência de volumes ligeiramente abaixo da média no Sudeste do Estado.
Quanto às temperaturas, os termômetros devem registrar dias mais quentes que a média histórica do período, que varia entre 22°C e 28°C, conforme a região.
As condições de chuva e temperatura têm impacto direto sobre o calendário da soja em Mato Grosso do Sul. O período mais intenso de plantio acontece entre 18 de outubro e 8 de novembro, quando aproximadamente 70% da área cultivada é semeada. Já em dezembro, as áreas entram no estágio reprodutivo em várias regiões do Estado, segundo dados do Projeto SIGA-MS, desenvolvido pela Aprosoja/MS em parceria com o Governo do Estado.
“Se tivermos a combinação de chuvas abaixo da média, aliada às altas temperaturas, teremos um solo com menos umidade, o que pode provocar falhas na germinação, atraso da emergência das plântulas e estabelecimento das áreas. Já se o cenário for de chuvas acima da média, podemos ter excesso de umidade no solo, o que pode prejudicar a semente e atrasar a entrada das máquinas no campo”, explica o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta.
A previsão de ocorrência do fenômeno La Niña é de 71%, o que indica a possibilidade de dias mais secos intercalados com chuvas intensas. “Diante desse cenário, os produtores e técnicos devem buscar estratégias para mitigação dos riscos, entre elas, o escalonamento do plantio, uso de sementes com alto vigor e germinação, controle da umidade do solo pré-plantio e monitoramento climático constante”.
Até o mês passado, entretanto, os modelos climáticos apontavam maior probabilidade de neutralidade do ENOS para o trimestre Setembro-Outubro-Novembro, chegando a 57%. Essa mudança no cenário reforça a necessidade de atenção redobrada dos produtores, já que a evolução das condições oceânicas e atmosféricas pode alterar o comportamento do clima ao longo da safra.
Estimativa para safra de soja 2025/2026
Conforme estimativa da Aprosoja/MS, a área plantada pode alcançar 4,79 milhões de hectares, aumento de de 5,9%, frente à safra 2024/2025; com produção estimada de 15,2 milhões de toneladas, avanço de 8,1% em comparação ao último ciclo e produtividade média de 52,8 sacas por hectare, crescimento de 2,0% em relação à safra anterior.