A educação é o alicerce de uma nação, a causa por trás do progresso e da justiça social. No entanto, no Brasil, um fantasma ronda os corredores das escolas: a fome. A pobreza e a desigualdade social, problemas crônicos que assolam o país, projetam sombras longas sobre o futuro das crianças e jovens brasileiros, comprometendo seu acesso à educação de qualidade e perpetuando um ciclo vicioso de miséria.
A triste realidade é que milhões de crianças brasileiras vão para a escola com o estômago vazio. A falta de recursos básicos, como alimentação adequada, material escolar e transporte, impõe barreiras invencíveis para muitos, levando ao abandono e à evasão escolar. A necessidade de contribuir com o sustento da família, muitas vezes em trabalhos precários, rouba a infância e a oportunidade de um futuro melhor.
A desigualdade entre alunos ricos e pobres se manifesta de forma cruel em diversas disciplinas, como ciências e leitura, aprofundando o abismo que separa aqueles que têm acesso a oportunidades e aqueles que lutam para sobreviver, e um pequeno detalhe, vivenciei a realidade durante minha permanência em sala de aula. É um ciclo perverso: a baixa escolaridade dos pais, fruto da pobreza e da falta de acesso à educação, se reflete nas gerações seguintes, condenando famílias inteiras à marginalização.
A pandemia de Covid-19, como um vírus social, agravou ainda mais a situação, aprofundando a desigualdade educacional e expondo a fragilidade do sistema. Diante da inação do Estado, a fome e a insegurança alimentar se tornaram uma realidade cruel para milhões de brasileiros.
É preciso agir com urgência. A garantia do direito à educação, por meio de políticas públicas eficazes que combatam a pobreza e a desigualdade social, é fundamental para romper esse ciclo vicioso. O investimento em programas de segurança alimentar é essencial para garantir que as crianças tenham acesso a uma alimentação adequada e possam se concentrar nos estudos. A Constituição Federal reconhece a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer e a segurança como direitos sociais. É dever do Estado assegurar esses direitos a todos os cidadãos, sem exceção.
A criação de um fundo para financiar o combate à fome, garantir acesso à alimentação adequada e trabalho decente, proteger as florestas, promover a democracia e taxar os super-ricos são medidas urgentes e necessárias para construir um futuro mais justo e igualitário para todos os brasileiros, como foi apresentado no final de semana no G20 Social.
O G20 Social, uma iniciativa inovadora, teve como objetivo encontrar soluções para problemas como a fome, a pobreza, a desigualdade social, o mercado de trabalho e a sustentabilidade. Representantes da sociedade civil elaboraram um documento de quatro páginas que reflete o desejo coletivo por um mundo mais justo, democrático e diverso. Este documento foi entregue ao presidente Lula no encerramento do G20 Social. O evento contou com a participação massiva de representantes da sociedade civil.
Então acentuo, a educação é a chave para a transformação social. Investir na educação das crianças e jovens é investir no futuro de uma nação. É preciso garantir que todos tenham a oportunidade de desenvolver seu potencial e construir um futuro digno, livre da fome e da pobreza.
*Aliny Fernandes é jornalista, pedagoga e neuropsicóloga em formação.
Juliano Hnennes
Conteúdo argumentativo demasiadamente fraco, tal qual para uma redação do Enem.