Salários de maio e junho não foram pagos pela organização social que administra o Hospital Regional de Cirurgias de Dourados
Médicos do Hospital Regional de Cirurgias da Grande Dourados estão sem receber salários há dois meses. Profissional ouvido pela reportagem afirma que o atraso atinge também funcionários de outros setores.
Administrado desde março do ano passado pelo Instituto Social Mais Saúde, de São Paulo, o hospital, localizado no cruzamento da Avenida Weimar Gonçalves Torres com a Rua Coronel Ponciano, funciona como unidade covid-19, mas segundo informações obtidas pelo Dourados Informa, deverá voltar a fazer cirurgias eletivas em breve. Metade dos médicos já foi dispensada.
Um dos médicos do hospital, que pediu para não ter o nome divulgado, informou à reportagem os salários de maio e de junho ainda não foram pagos. Segundo ele, os profissionais já admitem paralisar os atendimentos em breve, se o pagamento não for regularizado.
“Antes iam pagar maio no dia 10 de junho. Aí pediram para pagar dia 20. Depois pediram para pagar 10 de julho e nada. Agora disseram que eles não conseguem nos pagar e ofereceram valor bem abaixo do combinado”, disse o médico. Sobre o salário de junho ainda não houve qualquer manifestação por parte do Mais Saúde.
“Na sexta da semana passada eles avisaram que o hospital, a partir da semana que vem, irá voltar a realizar cirurgias. Dispensou metade dos médicos, sem o menor respeito ou consideração pelo trabalho prestado”, reclamou o profissional.
O Hospital Regional de Cirurgias da Grande Dourados pertence ao Governo de Mato Grosso do Sul. É referência para 33 municípios da macrorregião de Dourados e atende serviços de baixa e média complexidade.
Em março do ano passado, o Instituto Social Mais Saúde assumiu a administração do hospital, ativado em dezembro de 2015 pelo governador Reinaldo Azambuja para acabar com a fila de espera por cirurgias eletivas.
A empresa paulista é a quarta organização social a assumir a unidade. As anteriores foram o Hospital Evangélico de Dourados, Instituto Gamp e Instituto Acqua. O Mais Saúde receber R$ 715.815,40 por mês para manter o hospital em funcionamento.
O Dourados Informa procurou a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde para saber sobre a crise financeira do hospital e aguarda resposta.