Em Itambé, no norte do Paraná, 57 trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão. Deste número, 46 são indígenas da etnia Guarani Kaiowá e saíram de aldeias de Mato Grosso do Sul. A operação foi coordenada pela Auditoria-Fiscal do Trabalho.
A ação teve início no dia 16 de outubro de 2025, mas foi compartilhada nesta quarta-feira (22).
Os trabalhadores saíram de Mato Grosso do Sul com a promessa de trabalhar em uma usina de açúcar em São Pedro do Ivaí, com um contrato feito por uma empresa terceirizada. O processo seletivo foi realizado em três aldeias. O trabalho no Paraná começou em julho, mas foi encerrado e as vítimas foram abandonadas no alojamento.
Segundo a Secretaria de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, as vítimas estavam sem alimentação, transporte ou itens básicos de higiene. Para que conseguissem se alimentar, dependiam de doações.
Elas também não recebiam salário, estavam sem registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social e não passaram por exames de admissão.
Os quartos não possuíam espaço adequado ou armários, além de acumular lixo. Um dos trabalhadores foi picado por uma aranha neste alojamento e foi hospitalizado.
Os auditores-fiscais do Trabalho identificaram que houve trabalho escravo tanto em relação à usina tomadora quanto à empresa terceirizada.
Em negociação com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal (PF), a usina se comprometeu a quitar todas as verbas salariais e rescisórias. A Secretaria de Inspeção do Trabalho afirmou que também apura responsabilidade criminal e de danos morais coletivos. As vítimas irão retornar às localidades de origem.