Indígenas e produtores rurais continuam ocupando terras que ficam ao lado da comunidade Panambi/Lagoa Rica, no município de Douradina. Sem acordo, os dois grupos têm reunião marcada para esta segunda-feira (22) no MPF (Ministério Público Federal) em Dourados.
As terras fazem parte da identificada como de território indígena em 2011, mas até agora não foram demarcadas e continuam de posse de sitiantes que afirmam serem os verdadeiros donos.
No domingo passado, os indígenas entraram em parte das terras alegando demora do Governo Federal e da Justiça em revolver a demarcação. Houve confronto e um indígena foi baleado na perna.
Neste fim de semana, a situação voltou a ficar tensa. Desde sexta-feira (19), produtores rurais foram para o local e também acamparam na área, em frente ao acampamento indígena.
O advogado do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Anderson Santos disse que há tentativa de retomada desde o fim de semana passado por parte dos indígenas, o que desencadeou a tensão. "Quando há tentativa de retomada, o produtor que se sentir lesado precisa procurar a Justiça e tentar a reintegração de posse, o que não está havendo ali".
Segundo o Cimi, os indígenas guarani/kaiowá chamaram o Corpo de Bombeiros para debelar focos de incêndio que teriam sido provocados por produtores rurais. Já os produtores afirmam que foram os indígenas que atearam fogo na palha de milho.
Na semana passada, comitiva do Governo Federal e do MPF (Ministério Público Federal) estiveram em Douradina conversando com os indígenas e ouviram cobrança de aceleração na demarcação. (Do Campo Grande News e Redação)