Governador admitiu que devastação em 2024 vai superar incêndios de 2020 e diz que condições climáticas pioraram
Com 1.193 focos ativos de incêndio registrados até o dia 10 de setembro, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mato Grosso do Sul enfrenta uma das piores crises ambientais dos últimos anos. Diante desse cenário, o governador Eduardo Riedel declarou que o estado está em "guerra" contra os incêndios criminosos e enfatizou a necessidade de punições rigorosas para os responsáveis.
Riedel deu entrevista em rede nacional nesta quarta-feira (11), onde descreveu a severidade dos incêndios que assolam especialmente o Pantanal sul-mato-grossense. Segundo o governador, as condições climáticas de 2024 são significativamente mais graves do que as observadas em 2020, ano em que os incêndios devastaram o bioma e atraíram atenção mundial.
“Em 2020, mais de 4 milhões de hectares do Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso foram destruídos pelo fogo. Este ano, o número de focos é 50% maior do que naquela época”, afirmou o governador. Enquanto em 2020 foram registrados 4.790 focos de incêndio no Pantanal, em 2024 já se contabilizam 6.700 focos. Até agora, 2,7 milhões de hectares de território sul-mato-grossense foram devastados pelas chamas.
Combate intensificado
Apesar da gravidade da situação, Riedel ressaltou que a atuação rápida e o reforço nas equipes de combate têm evitado uma destruição ainda maior. Ele destacou a presença de 1 mil combatentes, entre bombeiros e brigadistas, que estão atuando nos focos mais críticos, com apoio de forças de outros estados do país.
“O trabalho de combate está sendo intenso, e só não queimamos uma área maior por causa dessas ações. Temos que continuar esse processo de melhoria constante”, disse o governador. Ele também mencionou que o combate aos incêndios vai além das ações emergenciais, passando por um processo de conscientização da população sobre os riscos e consequências das queimadas ilegais.
Políticas de punição e prevenção
Questionado sobre as medidas adotadas pelo governo para enfrentar a situação, Riedel disse que, desde 2020, Mato Grosso do Sul tem endurecido a aplicação de multas e sanções para quem pratica queimadas ilegais ou adota práticas que representam risco de incêndio. “Somos muito duros na aplicação de multas recorrentes para qualquer situação que ofereça risco, seja queimadas ou outras infrações ambientais.”
O governador também defendeu a importância de intensificar as ações educativas para conscientizar a população e evitar novos focos de incêndio. Segundo ele, a combinação de prevenção e punição é essencial para conter a devastação. “Tem que ter punição, sim, mas também precisamos trabalhar a conscientização e educação ambiental para que os incêndios não se repitam. As condições climáticas em 2024 foram muito piores, mas não tivemos o nível de destruição registrado em 2020, e isso se deve às ações preventivas e à estrutura de combate que montamos.”
Com 12 cidades já em estado de emergência e o Pantanal ameaçado, Riedel deixou claro que o governo está determinado a investigar e punir com rigor os incêndios criminosos, além de continuar reforçando o combate em todas as frentes possíveis para proteger o bioma e as comunidades afetadas.