A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) deixou de reconhecer o alcance do surto de influenza aviária no Brasil como um problema nacional, passando a ser restrito à região do município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A alteração, registrada no sistema internacional da entidade na última sexta-feira, ocorreu após uma notificação do governo brasileiro sobre a conclusão da política de erradicação da doença.
"A indicação geográfica deste evento foi modificada de 'evento ocorre no país' para 'evento ocorre em zona', após o envio de informações adicionais pelo Brasil", apontou o relatório da organização. Com isso, o critério de recomendação passa a ser o de não adquirir produtos da área localizada em um raio de 10 km no entorno da granja onde o caso foi identificado.
A granja afetada entrou no dia 22 no protocolo de vazio sanitário em que se não houver novos registros em 28 dias, o país poderá declarar área livre da doença e tentar retomar as exportações que estão parcialmente suspensas.
A posição técnica da OMSA é considerada importante para a retomada do comércio internacional e pode acelerar o fim do embargo à importação de carne de aves brasileiras.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), 23 países suspenderam totalmente a importação desde a detecção do foco da gripe aviária. Outros 17 ordenaram a suspensão restrita ao estado do Rio Grande do Sul, e apenas os Emirados Árabes Unidos e Japão limitaram a suspensão apenas ao município de Montenegro.
"Nenhuma mutação relevante de resistência antiviral foi identificada. A genotipagem revelou que as amostras possuem genótipos semelhantes aos previamente identificados em aves silvestres no Brasil", destacou a organização, usada como referência por diversos países para definir para definir restrições comerciais.