Relatório da Consultoria Agro do Itaú BBA destaca condições climáticas e suas implicações no setor agropecuário
O Radar Agro acaba de divulgar o Agro Mensal de julho de 2024, elaborado pela Consultoria Agro do Itaú BBA. O relatório traz uma análise detalhada dos recentes acontecimentos no setor e atualiza as previsões climáticas.
O padrão climático de junho mostrou-se favorável para a safra americana. No Brasil, temperaturas acima da média foram registradas em grande parte do país, com chuvas concentradas no norte da Região Norte e no centro-norte do Rio Grande do Sul. A passagem da primeira grande massa de ar polar do inverno ocorreu na última semana de junho. Nas áreas ao leste do Cinturão do Milho americano, houve uma redução nos volumes de chuva. Na China, o clima variou entre seca no norte e excesso de chuvas no sul.
No Brasil, as chuvas de junho concentraram-se nos extremos do país, reduzindo-se na porção central. Áreas do sul da região Centro-Oeste, Sudeste, Paraná e Santa Catarina registraram precipitações abaixo da média, o que reduziu os níveis de umidade do solo e ocasionou restrições hídricas para o milho segunda safra.
A região Sul do Brasil experimentou temperaturas baixas, com mínimas negativas nos três estados da região. No sul do Mato Grosso do Sul e interior de São Paulo, as mínimas chegaram próximas a 5°C. O frio intenso, em geral, não trouxe grandes consequências para as lavouras, embora tenham ocorrido perdas pontuais no trigo e hortaliças no Paraná e Santa Catarina.
Nos Estados Unidos, as precipitações em junho ficaram acima da média no norte do Corn Belt e dentro da média no centro e oeste. No leste, houve uma redução das chuvas, mas ainda assim, mantiveram bons níveis de umidade do solo. Algumas áreas registraram excesso de umidade.
Na China, a seca no norte e o calor impactaram o plantio e o desenvolvimento das lavouras. No sul, o excesso de chuva prejudicou os campos de arroz.
Nos próximos 15 dias, são esperadas chuvas regulares no Meio-Oeste americano. Nos EUA, áreas produtoras de grãos devem receber precipitações nos próximos dias. Um furacão no Golfo do México pode seguir em direção ao Texas. No Brasil, uma nova frente fria atuará na região Sul, seguida por outra massa de ar polar.
Os mapas de previsão indicam boas chuvas no Meio-Oeste americano, favorecendo o desenvolvimento das lavouras. No norte do Cinturão, existe o risco de excesso de umidade de forma localizada. Na segunda semana de julho, espera-se uma redução nas precipitações, mas de maneira geral, os próximos quinze dias devem apresentar chuvas regulares e em bons volumes.
O furacão Beryl, atualmente na costa mexicana, deve seguir em direção aos EUA, atingindo o país pelo Texas e podendo causar transtornos nas áreas de algodão.
No Brasil, as chuvas da semana devem cobrir desde o centro do Rio Grande do Sul até o extremo sul de São Paulo, com maiores volumes no nordeste do Rio Grande do Sul e sudeste de Santa Catarina. Outras regiões do país devem manter tempo aberto.
Uma nova massa de ar polar avançará pelo Brasil a partir da região Sul, causando queda nas temperaturas. As mínimas podem ficar próximas de 1°C no Rio Grande do Sul e Santa Catarina e entre 4-6°C no Paraná. A queda nas temperaturas deverá se estender para o sul do Mato Grosso do Sul e São Paulo, sem alertas de geadas nas áreas produtoras até o momento.
Fonte: Portal do Agronegócio