Especialistas destacam que a rigidez das restrições precisa ser observada; em alguns casos, as medidas podem não ser suficientes ou adequadas para o momento
Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostrou que três em cada quatro cidades do Brasil ainda mantêm medidas restritivas de circulação ou de atividades econômicas. Imagem: (Divulgação)
Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostrou que três em cada quatro cidades do Brasil ainda mantêm medidas restritivas de circulação ou de atividades econômicas com o intuito de conter o avanço da pandemia de Covid-19. De acordo com os dados, isso representa 73,9% dos municípios do Brasil.
A pesquisa contou com 2.831 gestores municipais e foi realizada entre 24 e 28 de maio. Segundo o CNM, 24,9% das cidades não adotaram medidas como fechamento de serviços não essenciais e outras ações.
Sanitarista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Bianca Leandro afirmou à CNN que o número divulgado pela CNM é positivo. Entretanto, ela questionou a rigidez das restrições impostas pelas cidades.
“Precisamos olhar com cuidado esse número para não parecer que todas as cidades estão com as mesmas medidas sanitárias. O número é bom, mas existem muitos municípios que possuem restrições vigentes, porém não suficientes e adequadas para o momento”, alertou.
A pesquisa divulgada pela CNM também apontou que 28% dos municípios brasileiros já registraram escassez de imunizantes em algum momento durante a pandemia do novo coronavírus.
Professora de epidemiologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Gulnar Azevedo alertou que essa falta de doses impede uma melhora na situação pandêmica.
“Essa falta de vacina, de fato, impede que a gente progrida para uma condição de maior segurança e controle da doença. O ideal é que não houvesse escassez, pois é a única solução para terminar com essa situação”, ressaltou.
Outro dado do levantamento é sobre a vacinação de profissionais da área de educação. A imunização deles começou em 48% dos municípios que informaram seus dados. Para 51% dos participantes da pesquisa, a vacinação desses profissionais é pré-requisito para a retomada das aulas presenciais.