Polícia encontra gado morrendo de fome e fazendeira multada em R$ 273 mil

Uma fazendeira foi multada em R$ 273 mil após a Polícia Militar Ambiental encontrar bois morrendo de fome na propriedade dela, no município de Jardim. A multa foi de R$ 1 mil por boi submetido a maus-tratos.

Os policiais foram à propriedade em atendimento à solicitação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul e da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal).

Segundo informações do veterinário da Iagro, que esteve na propriedade dois dias antes, foram encontrados 43 bovinos mortos por falta de alimento e vários outros em estado bastante debilitado.

Equipes da PMA e da Polícia Civil de Nioaque se deslocaram até a fazenda, onde constataram a presença de 230 bovinos, dos quais 80 bezerros, além dos 43 animais já mortos. Os policiais observaram que os animais estavam em pastagens totalmente degradadas, com grande parte do terreno apresentando apenas terra nua, sem gramíneas, e com quantidade insuficiente de feno. Alguns animais estavam deitados, sem forças para se levantar, e a maioria estava extremamente magra, com costelas visíveis.

Diante dos fatos constatados, a PMA aplicou a multa por maus-tratos referentes a 273 cabeças de gado. Devido à fragilidade dos animais, não foi possível removê-los naquele momento. A proprietária autuada foi designada como fiel depositária dos bois.

Ela foi ainda notificada a providenciar suplementos, ração e contratar um veterinário para acompanhar os animais até que se recuperem e possam ser transportados para área de pastagem adequada. A parte criminal do caso ficará a cargo da Polícia Civil.

Seca

Diante da escassez de chuvas e da alternância de altas e baixas temperaturas dos últimos dias, o que resultou na perda de pastagens em muitas propriedades, a Polícia Militar Ambiental recomenda que os pecuaristas adotem medidas subsidiárias para suprir a demanda nutricional do gado.

Entre as ações sugeridas estão suplementação com ração e minerais apropriados, além de garantir acesso contínuo à água limpa e em quantidade suficiente.

“É crucial que os produtores estejam cientes de que a omissão em proporcionar condições adequadas de alimentação e água pode configurar crime de maus-tratos. Conforme preconiza o Artigo 32 da Lei Federal 9.605/98, a negligência em garantir o bem-estar dos animais pode resultar em penalidades, incluindo detenção de três meses a um ano e multa. Em caso de morte dos animais, a pena poderá ser aumentada de um sexto a um terço”, informou a PMA.