O Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul tratou como roubo e ameaça a ocupação de uma fazenda neste sábado (26) na margem da BR-163 em Rio Brilhante. Mesmo sem ordem judicial, a polícia retirou os índios da propriedade, ato denunciado como ilegal pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário).
Em nota enviada à noite, o Batalhão de Choque informou que foi acionado para atuação em decorrência de um roubo e ameaça. “Indígenas invadiram a fazenda, renderam o caseiro, roubaram algumas coisas na fazenda, expulsaram o caseiro da casa e ficaram no local”, afirma trecho da nota.
Ainda segundo o grupo de elite da PM, diante da informação de que os autores estavam na fazenda, as equipes chegaram ao local e se depararam com os indígenas em posse da área. “Foram dadas ordens de retirada, pois os mesmos foram resistentes, sendo então a utilização do uso da força pelo Batalhão. Os índios foram dispersados e controlado a situação”, afirma o Choque.
Já o Cimi, em nota publicada em seu site, informou que a Polícia Militar despejou de “forma violenta” os índios que tinham feito a retomada no território reivindicado como parte do “tekoha Laranjeira Nhanderu”. A ação policial deixou pelo menos três indígenas feridos com balas de borracha e foi feita sem mandado judicial, segundo a entidade ligada à igreja católica.
Conforme o Cimi, os indígenas tinham retomado a fazenda “Inho” na madrugada deste sábado, em mobilização contra a iniciativa de políticos, fazendeiros e sindicatos rurais que pretendem estabelecer assentamento ilegal na propriedade. A fazenda fica dentro da área que está em estudo para demarcação da Terra Indígena Brilhantepegua, segundo o Cimi, e está e está em processo de identificação e delimitação pela Funai (Fundação Nacional do Índio).
Um dos índios disse ao Cimi que eles não pretendiam ocupar a fazenda, mas tomaram a decisão por causa de boatos sobre o assentamento na área em litígio.
“Nós não iríamos ocupar essa fazenda, mas começaram a atiçar o pessoal com esse programa fundiário. E aí resolvemos reagir, nos manifestar, para não perder esse território, que está dentro da nossa terra”, disse a liderança. Os policiais passaram a noite na fazenda. Os índios voltaram para a área de fazenda vizinha, onde eles já estavam acampados.
valdemir
Se os missionários do CIMI estão tanto preocupados com os índios então porque não os levam para suas casas.