O juiz Eguiliell Ricardo da Silva, da Vara da Infância e Juventude, decretou a internação dos três adolescentes apreendidos pela GMD (Guarda Municipal de Dourados) nesta terça-feira (30/9), flagrado com facas dentro da Escola Municipal Francismo Meireles, em Dourados.
Conforme a decisão, os menores de 12 e 14 anos, permancerão cinco dias na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) e depois serão levados para a Unei (Unidade Educacional de Internação), onde passarão por medidas socioeducativas previstas no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Para justificar a decisão, o juiz considerou a apreensão em flagrante, somadas às provas coletadas. O caso segue sob investigação da PC (Polícia Civil), que apura se houve incentivo externo, participação de outros alunos ou ligação com grupos organizados na internet.
A delegada Andreia Alves Pereira, da Daiji (Delegacia Especializada de Proteção à Pessoa Idosa), informou que dos três menores apreendidos, dois desenharam símbolo nazista no braço, e além das facas, portavam outros objetos que seria usados no tal ataque.
"O caso chegou o conhecimento da Polícia Civil através do encaminhamento pela Guarda Municipal de Dourados, dos três menores à Delegacia de Atendimento à Infância Juventude de Dourados, que foram autuados e em suas oitivas confessaram a intenção de cometerem o massacre. Inclusive, dois dos menores, desenharam no braço, o símbolo da suastica nazista. Eles estavam portando facas, machetes, balacrava e calças camufladas, objetos que estavam no interior das mochilas. A ideia veio de uma dos menores, que viu na internet uma notícia acerca de um massacre na escola e quis cometê-lo e convidou os outros dois", detalhou a delegada.
No boletim de ocorrência registrado na Daiji, os adolescentes revelaram que a ideia era agir em grupo, mantendo-se em silêncio. Eles iriam se posicionar de costas para a parede, portar mochilas pesadas e se revezar em entradas e saídas das salas, escolhendo momentos estratégicos como o intervalo.
Os guardas apreenderam com dois menores facas de 25 e 35 centímetros, enquanto o terceiro levava anotações e desenhos com símbolos nazistas.
De acordo com o registro policial, a suspeita que algo estava errado se deu quando a professora de Geografia - alvo do trio - entrou em uma sala e percebeu os três encostados contra a parede, em silêncio e isolados dos demais colegas. Ela tentou conversar e questionar o comportamento, mas os menores não responderam.
Pouco depois, outro professor abordou um dos adolescentes, que se recusava a abrir a mochila. O objeto aparentava estar pesado e, ao ser inspecionado pela direção, foram encontradas as facas.