Foi exonerado Gilmar Nantes Peixoto, de 46 anos, depois de agredir a ex-companheira Yara Rodrigues, 31, em Campo Grande. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União durante esta terça-feira (13). Ele atuava como assessor parlamentar júnior do senador Nelsinho Trad (PSD) desde 2019.
Por nota, a assessoria do senador sul-mato-grossense pontuou que já havia pedido o afastamento de Gilmar na noite de segunda (12), ao tomar conhecimento da situação. "Quanto a verificação de pendências judiciais a qualquer postulante de eventual nomeação, a ação compete exclusivamente ao setor de Recursos Humanos do Senado Federal", concluiu o comunicado.
As agressões aconteceram na noite do último domingo (11). De acordo com o boletim de ocorrência, uma viatura da PM (Polícia Militar) foi acionada após denúncia de violência doméstica. Ao chegar no local, a vítima foi encontrada com o nariz todo ensanguentado e um hematoma no rosto abaixo do olho.
Ainda segundo os autos, Gilmar apresentou agressividade e resistência, sendo necessário o uso de algemas até ser levado para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde o caso foi registrado como lesão corporal, ameaça e violência doméstica. A ex-companheira foi encaminhada até o UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e teve constatação médica de um trauma na face, além do ferimento de dois centímetros no nariz.
Na audiência de custódia, Gilmar negou as agressões. Como o acusado possui bons antecedentes, tem residência fixa e emprego lícito, foi concedida liberdade mediante o uso de tornozeleira eletrônica.
Yara solicitou medida protetiva de urgência na Casa da Mulher Brasileira. Em contato com a reportagem do Campo Grande News, ela relatou que espera por justiça. "Ele é um covarde. Disse ao juiz que [eu] não havia aceitado o fim e que bati com meu rosto na cara dele. Na verdade, é ele quem não aceita".
Em casa, a vítima diz estar com medo. "Estou machucada, com nariz fraturado que ainda vai ver se faz cirurgia. Com medo, pois ele já me ameaçou antes e disse que faria de tudo pela guarda do filho".
Ela alega que Gilmar agiu com má fé ao pedir a guarda compartilhada do filho, onde o ex-assessor ameaçou levar a criança até São Paulo caso não voltasse com ele. "Entrei com o pedido de anulação, mas ele não sabia".
Nas redes sociais, Yara explicou que iria deixar o filho de cinco anos na casa de Gilmar, mas foi recebida com chutes no veículo em que dirigia. Ela alega que o ex-companheiro estava embriagado e que as agressões ocorreram após Gilmar correr junto a criança.
"Enquanto a mulher luta a vida inteira para juntar seus cacos, lidando com as consequências físicas e emocionais de um relacionamento abusivo, sendo vitimizada por ter filho dessa relação, o agressor muitas vezes segue impune, livre para continuar sua vida", finalizou.
Crédito: Campo Grande News