Era pouco depois de meia-noite quando pelo menos seis bandidos, sendo três deles armados com fuzis, pularam o muro lateral da Unei Mitaí, em Ponta Porã, para resgatar o adolescente infrator Wesley Agostinho da Silva, 17.
Dois homens foram direto aos alojamentos dos servidores, onde dominaram uma agente, amarraram suas mãos com fio de carregador de celular e a mandaram ficar deitada no chão com a cabeça baixa.
Os outros quatro bandidos foram para as celas, onde encontraram e dominaram outros dois agentes, também deixados amarrados. Sob ameaça, tiveram de revelar em qual cela estava Wesley da Silva. Com ferramenta especial, eles cortaram os cadeados da cela, retiraram o adolescente e deixaram a unidade pela porta da frente.
Wesley foi levado pelos bandidos até a Rua das Flores, no outro lado da cidade, onde foi executado com vários tiros de fuzil na cabeça. Foram tantos disparos que o crânio ficou destroçado e partes do cérebro espalhadas no chão.
Fontes policiais suspeitam que Wesley fosse ligado a gente forte do crime organizado da fronteira. Ele estava na Unei desde dezembro do ano passado, quando tinha sido preso pelo DOF (Departamento de Operações de Fronteira) de posse de um fuzil, uma pistola, luvas e cinco toucas ninjas.
Existem suspeita também de que o adolescente pudesse testemunhar sobre algum crime ocorrido recentemente na fronteira. Por isso foi executado, como “queima de arquivo”.