A defesa do empresário Jamil Name Filho tentou usar a transmissão ao vivo do júri popular para anular os atos ocorridos na manhã desta segunda-feira (17). Após a retomada dos trabalhos nesta tarde, o advogado Nefi Cordeiro alegou que a exibição dos depoimentos através de sites e redes sociais poderia influenciar outras testemunhas.
Conforme Cordeiro, que é ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça, deve haver a incomunicabilidade das testemunhas, e “uma não pode ouvir o depoimento da outra”, segundo registrou o Campo Grande News. O site fazia a transmissão ao vivo do júri, mas interrompeu a exibição após o ocorrido.
O portal Primeira Página, da mesma forma, reproduzia o julgamento e também foi interrompido. “A pedido do juiz Aluízio Pereira dos Santos, os depoimentos não serão mais transmitidos ao vivo”, informou.
Diante da manifestação da defesa do acusado, o promotor Moisés Casarotto afirmou que a testemunha que está sendo ouvida nesta tarde, o delegado Tiago Macedo dos Santos, não teve acesso à transmissão da manhã e nenhuma das outras previstas para hoje.
O promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos lembrou que todo o julgamento referente ao caso da Boate Kiss, no Rio Grande do Sul, foi transmitido, e nem por isso houve nulidade.
O juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri e que comanda o julgamento, negou o pedido do advogado Nefi Cordeiro, mas proibiu a transmissão ao vivo dos depoimentos.
Antes do júri começar, a defesa de Jamil Name Filho tentou novamente barrar a participação do promotor Gerson Eduardo de Araújo, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), mas o magistrado indeferiu o pedido.
Estão no banco dos réus pelo assassinato brutal do estudante Matheus Coutinho Xavier, o empresário Jamil Name Filho, o guarda municipal Marcelo Rios, ambos com 46 anos, e o policial civil Vladenilson Daniel Olmedo, 63.