O deputado federal Loester Trutis (PSL) foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República na última sexta-feira por três crimes, porte ilegal de arma de fogo, comunicação falsa de crime e disparo de arma de fogo, o documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.
Segundo apurado pela Rede Globo, que teve acesso à denúncia feita pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, o deputado disse que sofreu um atentado a bala na BR-060 na madrugada do dia 16 de fevereiro de 2020. Na ocasião, ele procurou a Polícia Federal e pediu investigação porque estaria na mira do crime organizado.
A PF investigou o caso e recorreu ao uso do GPS do veículo, que era locado, e as câmeras de vigilância da rodovia para refazer o percurso do deputado e desmontar a farsa. De acordo com a investigação, Trutis e o assessor, Ciro Nogueira Fidelis (PSL), procuraram uma estrada vicinal sem movimento, onde pararam o carro e efetuaram os disparos.
No local onde o deputado afirmou ter sido atacado, a PF não encontrou nenhum vestígio de balas nem de vidros quebrados do carro. A simulação mostrou que o atirador não estava em uma caminhonete, como contou Trutis, mas sim em pé e perto do carro.
A Procuradoria apontou que o atentando a bala passou a ser usado politicamente pelo deputado para propagar a bandeira do armamento da população, sendo que em postagens Trutis sempre atribuiu que saiu ileso do atentado porque reagiu a tiros.
Trutis não se pronunciou sobre a denúncia até o momento.