Testemunha ocular do atentado a tiros contra o prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, em maio deste ano, está sendo ameaçada de morte para ficar em silêncio e parar de falar com a polícia e com o Ministério Público.
A ameaça foi feita em carta, escrita em português, deixada em frente à Rádio Futura, da qual a vítima, advogada Mirna Bower, é diretora. Parcialmente manchada por gotas de chuva, a carta foi encontrada na manhã de hoje (9) por funcionário da emissora.
Enrolado no papel havia um cartucho calibre 9 milímetros, o preferido dos pistoleiros da fronteira e o mesmo usado para matar o prefeito do Partido Liberal. Quando pegou a carta, o funcionário da rádio percebeu o cartucho intacto cair no chão.
“É melhor você ficar quieta. Quer morrer? Não vai mais na Promotoria (fiscal do Paraguai). Não fala mais com a polícia”, dizem trechos não borrados da carta. Tanto o papel quanto o cartucho foram entregues à Polícia Nacional.
Mirna Bower presenciou o ataque praticado por quatro pistoleiros na tarde de 17 de maio em frente ao Palácio da Justiça e à sede da Municipalidade de Pedro Juan Caballero. José Carlos Acevedo tinha saído do gabinete e se dirigia até sua caminhonete quando foi atingido por oito tiros de pistola 9 milímetros. Ele morreu quatro dias depois.
O pistoleiro que puxou o gatilho, Ronny Ayala Benítez, 35, o “Alemão”, foi preso no início do mês passado na fronteira com a Argentina e está recolhido na capital Asunción.
Os outros três que participaram diretamente do atentado estão foragidos. São eles: Rodney Javier Rivarola, 29, e os irmãos Riky Javier Báez González, 25, e Alan Andrés Báez González, 23, todos de Pedro Juan Caballero.
Assim como Ronny Ayala Benítez, 35, o “Alemão”, único preso até agora, os irmãos Báez são ligados ao clã do narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão, atualmente colhido na Penitenciária Federal de Brasília.
Fonte: Campo Gande News