O assassinato de David Daniel de Oliveira Gomes, 19, ocorrido no dia 29 de setembro deste ano em Dourados, foi determinado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). A ordem partiu de um dos chefes locais da facção criminosa, Patrick Cordeiro Cavalheiro, o “Mandrake”, de 27 anos.
Nesta quinta-feira (13), policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) cumpriram o mandado de prisão preventiva de Patrick, expedido pelo Poder Judiciário.
Também foi cumprido o mandado de prisão de outro envolvido no assassinato: Paulo Vitor da Silva Camargo, de 24 anos. Já recolhido na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) por outros crimes, ele foi levado à sede do SIG para interrogatório e para formalização do novo mandado.
Conforme a polícia, a ordem emanada por “Mandrake” para assassinar David Gomes foi cumprida por Paulo Vitor e Eduardo Ribeiro Brites, de 21 anos, que havia sido preso um dia após o crime, em Fátima do Sul. Na época, a polícia manteve em sigilo a participação de outros integrantes da facção no assassinato de David. Essa situação só veio à tona hoje com a prisão da dupla.
“Mandrake”
Dono de extensa ficha criminal e morador no Residencial Idelfonso Pedroso, “Mandrake” é apontado como um dos “disciplinas” da facção na região sul da cidade. Segundo a polícia, no organograma do PCC, “disciplina” é o mediador de conflitos entre membros da facção que mantém contato direto com os líderes.
Em 2019, Mandrake tinha sido preso acusado de liderar uma quadrilha formada por adolescentes que tinham como missão roubar seis motos em Dourados para trocar por droga no Paraguai. Duas foram roubadas, mas o grupo foi localizado pela Polícia Civil antes de concluir a missão.
Queima de arquivo
De acordo com a polícia, David Daniel de Oliveira Gomes foi assassinado porque não cumpriu a ordem para matar um rival da facção. Ele chegou a ir até a casa do alvo e disparou tiros no local, mas não acertou o alvo.
Temendo ser denunciado como mandante e com raiva de David pelo atentado fracassado, “Mandrake” decidiu matar o rapaz e deu a ordem a Paulo Vitor e Eduardo Ribeiro. Na época, Paulo estava foragido do sistema semiaberto.
David foi chamado até a beira do córrego por outro indivíduo. Segundo a polícia, esse rapaz foi ameaçado pela facção para atrair a vítima. Caso se recusasse, ele e sua família seriam mortos.
O crime ocorreu ao lado do Córrego Engano, no Jardim Santa Felicidade, na região leste da cidade. Inicialmente, a suspeita era de que o rapaz tivesse sido morto por dívida de drogas. Dependente químico, David estava devendo para os traficantes. Parte desses débitos tinha sido paga pela família dias antes da morte.