O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a extradição de Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”, considerado o maior traficante do Paraguai. Ele foi preso no dia 9 de fevereiro deste ano no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, e manifestou desejo de ser extraditado para seu país.
Apontado como suspeito de ter mandado matar o promotor de Justiça paraguaio Marcelo Pecci, em maio do ano passado, “Tio Rico” estaria no Rio de Janeiro para se associar a organizações criminosas brasileiras e assumir o controle do negócio das drogas no Brasil.
Em decisão assinada sexta-feira (31) e publicada hoje (4), Edson Fachin homologou a “declaração de entrega voluntária” apresentada por Miguel Ángel e determinou que, após o trânsito em julgado, o Estado paraguaio seja comunicado da decisão, para que tome as providências para concretizar a extradição.
Líder do Clã Insfrán, “Tio Rico” é acusado no Paraguai de comandar o envio de grandes cargas de cocaína de navio para Ásia, Europa e África.
O esquema de tráfico internacional e lavagem de dinheiro incluía exportadoras, dezenas de empresas de fachada, uma cooperativa de crédito é até uma rede de igrejas. Miguel Ángel tem negócios na fronteira com Mato Grosso do Sul. Uma das igrejas do esquema funcionava em Curuguaty, a 60 km de Paranhos (MS).
O narcotraficante foi localizado por agentes da 20ª Delegacia de Polícia Civil (bairro de Vila Isabel), após denúncia revelar que Miguel estaria circulando pelo bairro nobre da região oeste do Rio em uma caminhonete Toyota Hilux. Abordado, ele se identificou com outro nome, mas alegou que tinha perdido os documentos. Na delegacia, confessou ser o traficante procurado.
Na mesma decisão em que autoriza a extradição, Edson Fachin também negou o pedido da defesa para relaxamento da prisão preventiva de “Tio Rico”, decretada pelo próprio STF. O ministro também negou o pedido para transferência do bandido para outra unidade prisional. Ele está na Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, conhecida como Bangu I.
Crédito: Campo Grande News