O juiz Ricardo da Mata Reis decretou a prisão preventiva do empresário Henrique dos Santos Vasconcelos, 27, flagrado quinta-feira (10) por policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) com 121 quilos de cocaína.
Morador em condomínio de luxo no centro de Dourados, Henrique já havia sido preso duas vezes por tráfico de drogas e saiu da cadeia em 2024. Nos últimos meses, passou a ostentar vida alto padrão em redes sociais.
Na manhã de quinta-feira, policiais do DOF faziam patrulhamento na rodovia estadual MS-270 – rota alternativa entre a fronteira com o Paraguai e a região de Dourados – quando viram uma caminhonete S10 branca e tentaram fazer a abordagem.
Ao perceber a viatura, o condutor fez manobra de retorno e fugiu em alta velocidade. Após 5 km de perseguição, o veículo foi abordado. Henrique dos Santos Vasconcelos alegou aos policiais que estava retornando para auxiliar um amigo com o carro quebrado na estrada.
Os policiais vistoriaram a carroceria e perceberam um compartimento oculto. A S10 foi encaminhada para a sede do DOF em Dourados, onde o fundo falso foi aberto para retirada dos tabletes. A droga pesou 120 quilos de pasta-base e 1 quilo de cloridrato de cocaína (droga em estágio puro). A carga foi avaliada em R$ 6,4 milhões.
No momento da abordagem, Henrique afirmou ser empresário e confessou que havia sido contratado por R$ 10 mil para transportar a cocaína de Ponta Porã até Itaporã.
Entretanto, durante o auto de prisão em flagrante na Defron (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Fronteira), ele usou o direito de permanecer em silêncio sobre a origem e destino da carga. Também não se apresentou como empresário e disse que é mecânico, mas está desempregado. Busca na internet mostra Henrique como proprietário de uma empresa de ferragens localizada na rua Rio Brilhante, em Dourados.
Durante audiência de custódia, nesta sexta-feira (11), a defesa de Henrique solicitou liberdade provisória com medidas cautelares, mas o juiz negou o pedido e decretou a prisão preventiva. Também determinou quebra do sigilo dos dados telefônicos do rapaz e autorizou a destruição da droga.
“Trata-se de tráfico de grande quantidade de drogas, de alto potencial lesivo e cometido por sujeito que é reincidente específico em crimes desta natureza, o que denota alto perigo concreto caso ele seja mantido em liberdade”, afirmou o magistrado. Henrique será levado para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados).