"Foi armação”, afirma advogada de Marquinhos sobre denúncias

“Temos larga prova de que foi armação”, afirmou a advogada Andrea Flores, sobre a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual contra o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD). De acordo com a defensora, há provas, como prints de conversas e gravações de que as mulheres teriam recebido dinheiro e até promessa de emprego com salário de R$ 9 mil na administração estadual em caso da vitória do ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB).

Durante a campanha eleitoral, o governador eleito se defendeu das acusações e rechaçou qualquer participação na suposta armação contra o adversário. Riedel e Marquinhos foram aliados até o início da campanha eleitoral.

Andrea destacou ainda que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul concedeu habeas corpus trancando o inquérito contra três das sete mulheres incluídas na denúncia. Há outro recurso pendente de julgamento, que pede o trancamento de outras três denúncias. De duas restantes, conforme a advogada, houve o pedido de arquivamento de uma por falta de provas.

“A defesa insiste que é armação”, ressaltou a criminalista. Conforme a defesa de Marquinhos, as mulheres receberam dinheiro de aliados do PSDB para depor contra o ex-prefeito. “O marido de uma delas ligou para o Marquinhos e contou que a esposa recebeu dinheiro”, relatou, sobre outro episódio ocorrido na véspera do segundo turno.

Conforme a história, o homem brigou com a esposa e acabou preso por agressão na Delegacia da Mulher. Ele ligou para o ex-prefeito e relatou que houve pagamento pela armação e estaria disposto a ajudar a provar a inocência de Marquinhos. No entanto, após deixar a prisão, o homem mudou de ideia e negou a história. Contudo, conforme Andrea Flores, todas as conversas dele com o ex-prefeito foram gravadas e encaminhadas ao MPE.

A advogada repete a tese de que as mulheres receberam dinheiro e ganharam viagem ao Rio de Janeiro para relatar as denúncias contra Marquinhos. Aliás, conforme a defensora, a primeira entrevista para um jornal de Brasília teria sido dada na cidade maravilhosa.

“Elas continuaram recebendo dinheiro e houve promessa de cargo com salário de R$ 9 mil se o Riedel ganhasse”, afirmou a advogada. A mulher, cujo marido tentou delatá-la, teria ido a um shopping da Capital para receber mais dinheiro para manter a farsa, de acordo com a criminalista.

Andrea Flores diz que a defesa relatou as armações, apresentando prints de conversas e provas, mas a versão de Marquinhos acabou sendo ignorada pela imprensa e pela Polícia Civil. “Pedimos para ser investigado, mas infelizmente nunca foi feito”, lamentou a advogada.

Marquinhos Trad foi denunciado pelos crimes de assédio sexual, importunação sexual e favorecimento à prostituição contra sete mulheres. O empreiteiro André Luiz dos Santos, o André Patrola, foi denunciado por favorecimento à prostituição.

Durante a campanha eleitoral, Riedel negou a acusação. “Repudia de forma veemente a citação do seu nome acerca de uma questão que entendemos ser caso de polícia e não política”, rebateu o tucano.