Após o júri do século, que condenou o empresário Jamil Name Filo, 46 anos, a 23 anos e seis meses pela execução do universitário Matheus Coutinho Xavier, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) avaliou como “positivo” o resultado da Operação Omertà. Deflagrada em 27 de setembro de 2019, a emblemática investigação resultou em 19 ações criminais.
“O GAECO considera que, até a presente data, os resultados têm sido bastante positivos, reitera sua confiança no sistema de justiça e ratifica o compromisso de seguir bem servindo à sociedade sul-mato-grossense, na apuração especializada de delitos praticados em contexto de organizações criminosas ou cujas consequências socioeconômicas justifiquem sua atuação”, diz o órgão, em nota publicada no site do Ministério Público Estadual.
A Operação Omertà levou para trás das grades o empresário Jamil Name, um dos homens mais influentes e poderosos do Estado. O marido da ex-vereadora Thereza Name, era famoso pelas festas e pescas com as mais altas autoridades sul-mato-grossenses, que incluía vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores, governadores, delegados, juízes e desembargadores.
A investigação levou ao fechamento da Pantanal Cap, que seria, conforme a denúncia, usada para lavar o dinheiro do jogo do bicho, uma prática secular na Capital.
O Gaeco “manifesta sentimento de que, em conformidade ao sistema penal brasileiro e sob a égide do devido processo legal, a honrada resposta foi entregue com o veredito condenatório do Tribunal do Júri, no recente julgamento de um dos processos decorrentes da Operação Omertà que resultou na condenação dos autores intelectuais e intermediários do homicídio de Matheus Coutinho Xavier”.
“Os trabalhos investigativos resultaram na propositura de 19 ações penais contra variadas pessoas”, destacou listando todas as ações penais. “As ações estão em fases diversas, estando algumas já julgadas em primeira e/ou segunda instância, contendo decisões tanto acolhedoras quanto discordantes (há interposição de recursos) das teses sustentadas pelo Ministério Público”, destacou.
O órgão chamou a atenção para quatro condenações nas quais o empresário Jamil Name Filho foi condenado a 46 anos de prisão no regime fechado. Ele ainda poderá recorrer das sentenças.