Gilberto Emmanuel Fernandes Abelha, 41, executado na tarde deste domingo (16) na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai era filho do juiz estadual aposentado Mario Eduardo Fernandes Abelha. Paulistano, Mario Abelha ingressou na magistratura de MS em junho de 1988 e se aposentou em outubro de 2013, quando era titular da 9ª Vara do Juizado Especial de Trânsito em Campo Grande.
A execução ocorreu em frente a uma padaria na Avenida Presidente Vargas, na Vila Santa Isabel, região norte de Ponta Porã. Gilberto tinha residência oficial no bairro San Blás, em Pedro Juan Caballero, no lado paraguaio da fronteira.
O ataque ocorreu assim que Gilberto e a namorada, a paraguaia Analiz Figueredo López, 30, entraram em um Jeep Compass branco. O veículo tem placa do Paraguai e está registrado em nome de Analiz.
Os dois pistoleiros desceram de um GM Prisma preto, conduzido por terceiro envolvido. O motorista parou o carro no meio da rua e os dois homens desceram atirando em direção ao Compass. Após uma sequência de tiros, um dos criminosos voltou para dentro do Prisma, o outro recarregou o fuzil e foi na direção do alvo.
Gilberto estava armado com uma pistola 9 milímetros e chegou a disparar um tiro, mas foi atingido pelas balas de fuzil e caiu no chão. O pistoleiro então se aproximou e descarregou a arma na cabeça dele. O crânio da vítima ficou completamente esfacelado. Um carro preto ao lado também foi atingido pelos disparos, mas não houve nenhum outro ferido.
Analiz Figueredo López também desceu do Compass e se arrastou no chão para escapar dos tiros. O matador que fez os disparos finais chegou a passar por ela quando a mulher tentava fugir, mas não atirou nela. Segundo a polícia, ficou evidente que o alvo era apenas Gilberto Abelha. Depois da execução, os dois homens entraram no Prisma e fugiram em direção ao território paraguaio.
Quando os policiais chegaram, além das cápsulas vazias de calibre 7,62, encontraram um cartucho deflagrado de calibre 9 milímetros e questionaram Analiz se Gilberto estava armado. A mulher então lhes entregou a pistola e disse que havia pegado a arma no chão e guardado na bolsa.
De acordo com a ocorrência policial, Analiz estava em choque. Ela disse aos policiais militares que seu ex-marido seria um dos atiradores. Em seguida, falou que o ex teria sido o mandante do crime, mas depois ficou em silêncio.
Apesar de a morte ter característica de execução ligada ao crime organizado – comuns na linha internacional entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã – a polícia não descarta motivação passional.
Em novembro do ano passado, Gilberto foi acusado de disparar cinco vezes contra o apartamento de sua ex-companheira, Keila Ortiz Leal, 25, em Ciudad del Este, no Paraguai. Foi a mulher que apontou Gilberto como autor dos tiros. Ela estava no apartamento, mas não foi atingida.
Crédito: Campo Grande News