Joaquim Vinicius Miranda Borges, 28, o “Galo”, que teve a cabeça destroçada por tiros de fuzil na tarde desta terça-feira (22) em Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande), tinha sido preso com a mãe, em 11 de março de 2018, guardando arsenal pertencente à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Na casa em que ele morava com a mãe, na Rua Tamareira, no Residencial Ponta Porã, foram encontrados um fuzil AK-47 calibre 7,62 com três carregadores com capacidade de 30 tiros cada um e uma pistola Clock com dois carregadores – um para 16 tiros e outro estendido, para 30 disparos. Na casa também foram apreendidos 74 cartuchos para fuzil 7,62.
A prisão de Joaquim e da mãe dele foi feita por equipes da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul que integravam a força-tarefa montada para investigar a execução do policial Wescley Vasconcelos, ocorrida cinco dias antes em Ponta Porã.
Durante as investigações, os policiais descobriram que a casa de Joaquim era usada para guardar armas da facção criminosa. Segundo o processo judicial, bandido detido para depoimento tinha revelado a informação à polícia com a condição de não ser envolvido oficialmente no caso, temendo ser morto por Joaquim Vinicius Miranda Borges.
Na casa de Joaquim e da mãe dele também estavam outros integrantes da facção. Ronei Marques de Souza esboçou reação e foi morto com um tiro disparado por um dos policiais. Kleber Rodrigues da Silva se entregou sem reação, mas na delegacia tomou a arma de um policial e chegou a disparar três tiros antes de ser alvejado. Ele morreu no hospital.
No final de 2018, Joaquim Vinicius Miranda Borges foi condenado a três anos de prisão em regime semiaberto por posse do armamento. A mãe dele, que alegou não saber das armas, foi absolvida. Delton da Silva Santino, 57, o “Diabo Loiro”, também encontrado na casa, foi condenado a 4 anos em regime fechado.
Pai executado – O pai de Joaquim, Marcus Vinicius Borges, foi executado em Ponta Porã no dia 30 de outubro de 2008. Na época com 43 anos de idade, Marcus foi morto por pistoleiro dentro de escritório de contabilidade ao lado da prefeitura, no centro.
Na tarde de hoje, Joaquim teve o mesmo destino. Ele seguia em uma BMW 320i branca pela Rua Belmiro de Albuquerque, no bairro Ipê I, quando foi atacado a tiros de fuzil e pistola por atiradores que estavam em dois veículos. A BMW está registrada em nome de empresa com sede em Campo Grande.
Joaquim Vinicius chegou a sair do carro para tentar escapar, mas foi alvejado e caiu em um terreno baldio. Os pistoleiros se aproximaram e dispararam dezenas de tiros. A cabeça do rapaz foi destroçada pelos disparos e o cérebro ficou espalhado no chão.