Em depoimento à PC (Polícia Civil) de Ponta Porã, Márcio Bento Bolano, de 40 anos, assassino da companheira Francisca de Assis Rocha, de 67, disse que a matou asfixiada na madrugada de domingo (27/10), porque “perdeu a cabeça”.
Ele relatou que estava bebendo cerveja desde as 20h de sábado (26/10), mas a esposa pediu para que ele parasse, iniciando uma briga entre os dois. Logo depois das 23h, o homem resolveu parar de beber e, em seguida, os dois foram dormir.
No entanto, por volta da meia-noite, o casal voltou a discutir com eles deitados na cama, momento em que, ainda segundo o relato do próprio Márcio, ele subiu em cima da esposa e passou a esganá-la. Francisca tentou se defender e começou a se debater e arranhar o rosto e pescoço do marido.
A vítima parou de se debater e ele achou que a esposa estava dormindo. Assim, ele deitou e dormiu ao lado da vítima, acordando por volta das 3h da madrugada, percebendo que a mulher estava gelada.
Ele então saiu e pediu ajuda aos vizinhos, inventando que ela havia atentado contra a própria vida no banheiro, porém, acabou confessando o crime, alegando que perdeu a cabeça e acabou apertando com muita força o pescoço de Francisca.
O autor também confessou que em outras ocasiões agrediu Francisca. O casal estava junto havia dois anos.
Como informado nesse domingo, Márcio Bento Bolano foi preso por um policial civil que estava de folga. Ele contou que por volta das 5h30, vizinhos foram até sua casa e comunicaram sobre um possível feminicídio.
Quando o agente chegou à residência, encontrou o autor sentado dizendo falas desconexas. Para o policial, o autor disse que ia embora para a casa de seu pai, já que a esposa estava morta. Ao entrar no quarto, o agente viu a vítima deitada na cama e coberta até o pescoço. Ao lado da cama dela, estava um colchão, onde o filho com deficiência intelectual estava deitado.
O homem estava com o pescoço e rosto arranhados e teria dito ao policial que um gato havia provocado as lesões, mas acabou sendo descoberto que Francisca teria tentado se defender das agressões do marido.
O filho com deficiência intelectual de Francisca contou ao policial que o padrasto havia assassinado a sua mãe. “Ele subiu em cima dela e apertou o pescoço”, disse o rapaz.
O autor se disse arrependido. Vizinhos contaram que a idosa era constantemente agredida pelo marido e que nunca registrou um boletim de ocorrência contra ele.