Crime ocorreu em setembro do ano passado em Ivinhema
Jailton Pereira dos Santos, 33, foi condenado nesta quinta-feira (4) a 28 anos de prisão pelo assassinato da esposa, Mariana Agostinho Defensor, 32. O crime ocorre em Ivinhema, na noite de 22 de setembro de 2024. As filhas do casal, de um e três anos, viram o pai matar a mãe após uma discussão.
O juiz Rodrigo Barbosa Sanches estipulou pena em 26 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado pelo feminicídio e de um ano e quatro meses pela ocultação de cadáver. Após matar a mulher, Jailton jogou o corpo em um canavial na área rural de Ivinhema. Dos 58 golpes, 17 foram desferidos no rosto de Mariana.
O crime
De acordo com a investigação policial, o casal havia discutido horas antes após Mariana demorar para chegar em casa, no domingo, dia 22 de setembro. Ela também teria se negado a acompanhar o marido em uma festa. Não havia histórico de violência entre eles.
Em entrevista coletiva três dias após o crime, o delegado Gustavo Oliveira dos Santos revelou detalhes das investigações e da confissão feita por Jailton quando ele ainda estava internado no Hospital da Vida, em Dourados.
O feminicida tentou acabar com a própria vida logo após o crime e chegou a ficar entubado com lesão na cervical, mas ele próprio retirou os aparelhos quando ainda estava hospitalizado em Dourados. Agora, está recolhido na cadeia de Ivinhema.
No depoimento, Jailton contou que após a discussão em casa, chamou a mulher e as duas filhas pequenas para saírem de carro e foi em direção à zona rural. Ao lado de uma lavoura de cana, ele parou o carro e teria ocorrido nova discussão.
Armado com o canivete, o homem golpeou a mulher por 58 vezes, principalmente no rosto. As duas crianças assistiram o pai matar a mãe delas.
Após o crime, Jailton pegou a mulher no colo e andou por oito metros dentro do canavial, onde deixou o corpo. Ao voltar para o carro, as filhas perguntaram da mãe e ele disse que Mariana ia dormir ali naquela noite, e que precisavam ir para casa. De lá, ele seguiu até a casa da mãe de Mariana. Em frente à residência, avisou que deixaria as crianças com a avó materna e foi embora.
Na região da Gleba Vitória, pediu uma corda numa propriedade alegando que precisava rebocar o carro. Depois, ligou para uma pessoa conhecida para dizer que iria se matar e para informar o local onde estaria seu corpo.
Ele amarrou uma ponta da corda na porta do carro, um Gol vermelho, e a outra ponta no pescoço, tentando se enforcar. Avisada sobre o possível suicídio, a polícia foi ao local e encontrou Jailton desacordado. No carro, encontrou o canivete e os bancos sujos de sangue e o celular de Mariana.
“Desde o princípio ele foi tratado como suspeito. Depois, no hospital, ele confessou que matou Mariana na frente das filhas”, disse o delegado, na época.
(Com informações do Campo Grande News)