Imagens e laudos da Perícia Técnica da PC (Polícia Civil) confrontam a versão do homem que admitiu ter abandonado o corpo de Raquel Perciliano, de 59 anos, em uma valeta, na região da MS-355, no município de Terenos. Após ele se apresentar à polícia em Campo Grande, ele foi conduzido à cidade vizinha e junto com peritos, refez o trajeto feito com a vítima.
O corpo de Raquel foi localizado na madrugada de domingo (27/7).
Segundo reportagem do Campo Grande News, imagens de câmeras de segurança mostram que o casal saiu da casa de Raquel por volta das 13h de sábado (26/7), sendo que o percurso até a área de mata leva cerca de 20 minutos. As gravações apontam que o encontro durou aproximadamente 15 minutos e, em seguida, o homem retornou sozinho.
Os registros confirmam que a vítima estava no banco da frente do carro, mas não há qualquer indício de parada para socorro durante o trajeto de volta. Vale mencionar que o indivíduo alegou que a mulher passou mal durante relação sexual, com vômito de sangue, contudo, a perícia não encontrou vestígios de sangue ou bebida alcoólica no veículo. O único item localizado no local onde o corpo foi descartado foi um tapete, que o suspeito diz ter usado para cobri-la.
A Polícia Civil trabalha, por enquanto, com as linhas de investigação de omissão de socorro e ocultação de cadáver. No entanto, não descarta a possibilidade de feminicídio. Isso porque o laudo necroscópico deve indicar se houve lesões causadas antes ou depois da morte, já que o corpo de Raquel foi deixado em uma área repleta de pedras, que podem ter causado lesões no corpo.
Também foi solicitado novo exame para verificar a presença de sêmen, já que o suspeito relatou que o ato sexual foi consumado, mas sem ejaculação.
Ele também contou que ambos mantinham outros relacionamentos e que este teria sido o segundo encontro entre os dois. A família de Raquel, no entanto, desconhecia qualquer vínculo entre ela e o homem, que é irmão de um vereador da cidade. Os dois se conheceram quando a vítima trabalhava na prefeitura.
A equipe de reportagem do Campo Grande News foi até a casa onde Raquel morava e encontrou o marido da vítima, que preferiu não se pronunciar. No local de trabalho dela, a comoção pela morte também foi a única resposta.
A polícia pretende ouvir os familiares da mulher, incluindo marido e filhos, assim que terminar o período de luto. A intenção é esclarecer se Raquel tinha histórico de problemas cardíacos. O sigilo telefônico dos envolvidos também será requisitado para apurar o teor de possíveis conversas entre eles.