Jovem cometeu suicídio neste domingo e está sendo velada nesta segunda-feira (Imagem: Campo Grande News)
Sexto caso de suicídio envolvendo profissionais da segurança pública no Estado foi registrado, desta vez a investigadora da Defron (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira) de Mato Grosso do Sul, Daiane Polesel Garcia, morreu neste domingo (6), em Glória de Dourados, o velório e sepultamento ocorrem nesta segunda-feira (7).
Daiane é da turma de 2014 e é esposa do escrivão de Polícia João Marcos Garcia, também lotado na Defron, conforme publicação do PCMS (Polícia Civil de Mato Grosso do Sul).
Daiane teria tirado a própria vida, no entanto, a causa da morte não foi confirmada pela polícia e nem pela família. "O mal que assola nossa profissão fez mais uma vítima", disseram colegas nas redes sociais ao lamentar a morte da investigadora.
Sexto caso - Este é o sexto caso de suicídio envolvendo profissionais da segurança pública no Estado. Foram cinco em apenas 30 dias. A triste estatística reforça um ponto já bem claro para quem atua na saúde mental: o grau de estresse de certas profissões agrava sintomas preexistentes.
“A gente precisa de maiores pesquisas nas áreas, mas médicos, policiais militares, civis, agentes penitenciários sofrem grau de estresse que pode agravar sintomas. Não significa que a profissão em si vai causar isso, mas ela tem grau de estresse capaz de agravar ou desencadear sintomas preexistentes. E o risco de suicídio é maior nos quadros graves”, afirma o psiquiatra Marcos Estevão.
Presidente da ACS (Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares), Mário Sérgio do Couto afirma que os policiais são treinados como máquinas, têm apenas três segundos para decidir entre decisão letal ou não letal e são pressionados pelo regulamento disciplinar.
“O estresse é enorme, chega na faixa da exaustão. Vem a depressão, que leva ao suicídio. O policial militar tem três segundos para tomar uma decisão. Imagina, passar 20 anos decidindo em três segundos. O delegado tem 40 dias para fazer um inquérito, um juiz tem seis meses para julgar.”