Autores foram presos na tarde de ontem, em Fátima do Sul
O delegado-chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais), Lucas Veppo, disse em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (1/10), que o assassinato de David Daniel de Oliveira Gomes, de 19 anos, se deu por ele ter falhado em uma tentativa de homicídio, cujo mandante teria sido Eduardo Ribeiro Brites, de 21, apontado como autor dos disparos que vitimou o jovem.
Conforme noticiado anteriormente, David foi encontrado em uma mata, próximo ao Córrego Engano, no Bairro Jardim Felicidade, na tarde da última segunda-feira (29/9).
Segundo Lucas, David havia se envolvido em uma ocorrência no fim de semana anterior, quando disparos de arma de fogo foram feitos contra uma residência. Essa participação teria desagradado o mandante do crime, que o havia contratado para matar um desafeto. Como a vítima não concluiu a execução — limitando-se apenas a efetuar disparos em frente à casa do alvo —, o contratante decidiu eliminá-la.
“Ele [Eduardo] se sentiu decepcionado e incomodado com a falta de coragem da vítima. Como retaliação, organizou a emboscada e acabou executando David com tiros na cabeça, possivelmente para evitar que fosse delatado”, explicou o delegado.
Na segunda-feira, David estava em casa quando, por volta de 12h, foi levado até o local do crime por um conhecido, que mais tarde relatou à polícia ter sido ameaçado por Eduardo para atraí-lo. Ali, a vítima foi surpreendida e assassinada.
A partir dos depoimentos da família, de testemunhas e da análise de imagens de câmeras de segurança, os investigadores traçaram o percurso feito pela vítima no dia do crime. Com o avanço das diligências, descobriram que o autor havia fugido para Fátima do Sul, em companhia do cunhado Valdenir Dauzaker, preso por favorecimento real, já que abrigou o assassino em sua casa.
Com apoio da Polícia Civil de Fátima do Sul, os dois foram localizados e presos na tarde desta terça-feira (30/9). O autor foi autuado em flagrante por homicídio qualificado, mediante emboscada, enquanto o cunhado responderá por favorecimento pessoal, por tê-lo ajudado na fuga.
Na tentativa de dificultar as investigações, o cunhado chegou a quebrar o próprio celular no momento da prisão, além de oferecer resistência. Já o autor colaborou com a polícia, deu sua versão dos fatos e confirmou a motivação ligada à retaliação.
Ligação com facção
Embora haja informações de que o autor pertença a uma organização criminosa, a polícia ressalta que a execução de David não tem relação com disputa entre facções. A hipótese mais forte é de que o crime foi uma vingança pessoal, após a vítima ter falhado na missão para a qual havia sido contratada.