O juiz Deyvis Ecco, da 2ª Vara Criminal, decretou a prisão preventiva de Wellington José Carvalho de Almeida, 41, e do comparsa dele, Wagner Renan Marques, 36, que se passavam por policiais para extorquir R$ 10 mil de um contrabandista de cigarro em Dourados.
Os dois foram presos quinta-feira (4) por policiais militares e agentes do SIG (Setor de Investigações Gerais), da Polícia Civil. Wagner foi flagrado com a vítima dentro de seu carro, um Renault Logan prata. A mulher do acusado também estava no veículo, mas foi tratada pela Polícia Civil apenas como testemunha.
Na madrugada do dia anterior, usando roupa preta e carregando uma pistola e rádio comunicador, Wellington havia invadido a casa do cigarreiro, na Vila Cachoeirinha (região sul de Dourados) para extorquir o dinheiro. Se passando por policial, ele disse que se o valor não fosse pago no dia seguinte, a vida do contrabandista viraria “um inferno”.
Ao decretar a preventiva (sem prazo definido), o juiz citou que a vítima foi coagida a entrar no carro de Wagner e dar voltas pela cidade enquanto era ameaçada por Wellington através de chamada de vídeo para que pagasse o valor da extorsão. O magistrado também decretou a quebra de sigilo telefônico e autorizou o envio dos celulares dos presos para perícia.
Máfia do cigarro – Wellington José Carvalho de Almeida é ex-servidor público do município de Dourados e foi exonerado no início deste ano, após ser condenado no âmbito da Operação Nepsis. Ele se passava por policial federal para extorquir integrantes da máfia do cigarro atuante na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
Segundo a denúncia, Wellington e seu irmão gêmeo, o policial militar Alisson José Carvalho de Almeida (condenado no âmbito da Operação Oiketicus, de 2017), teria extorquido R$ 1 milhão dos contrabandistas de cigarro.