Jeremias da Silva é pós-graduado em história, mas diz que salário como motorista de aplicativo não era suficiente para sustentar família
O juiz Marcelo da Silva Cassavara, da 1ª Vara Criminal, decretou a prisão preventiva de Jeremias da Silva Vieira, 40, flagrado com 601 quilos de maconha na noite desta segunda-feira (28) em Dourados. Natural de Belo Horizonte (MG), Jeremias mora atualmente no Bairro Tanque, na zona oeste do Rio de Janeiro (RJ).
Conduzindo um Onix branco sedan roubado, ele fugiu de policiais rodoviários federais por 4 km, circulou na contramão de vias movimentadas e só foi parado em frente ao Parque dos Ipês, na Avenida Presidente Vargas, após um dos pneus do carro ser estourado a tiros.
Na audiência de custódia, nesta tarde, o juiz rejeitou o pedido de relaxamento da prisão. A defesa de Jeremias alegou que ele não possui antecedentes criminais, tem endereço fixo e é pai de filhos pequenos.
“Vale registrar que não se mostram adequadas as medidas cautelares diversas da prisão, diante da existência de envolvimento em associação criminosa voltada ao tráfico interestadual e quiçá internacional. Em toda a viagem foi orientado, com custos pagos por terceiro, a quem mantinha contato via telefone, tendo se deslocado de do Rio de Janeiro para a prática do crime nesta comarca, trazendo indicativos concretos da imprescindibilidade da prisão preventiva, ao menos nesse momento processual”, afirmou o juiz.
Marcelo Cassavara citou ainda o fato de Jeremias estar carregando grande quantidade de entorpecente em carro com sinais identificadores adulterados e lembrou que o crime pelo qual ele foi preso prevê pena superior a quatro anos, o que inviabiliza a adoção de outras medidas cautelares.
Em seu depoimento na Depac (Delegacia Especializada de Pronto Atendimento Comunitário), Jeremias da Silva Vieira disse que é pós-graduado em história e atualmente trabalha como motorista de aplicativo.
Com salário mensal de R$ 5 mil, ele disse que aceitou transportar a maconha por precisar de dinheiro para sustentar a família. Segundo a versão dele, após passar uma semana na casa do contratante, em Ponta Porã, pegou o carro já preparado com a droga, em frente à Receita Federal, na linha internacional.
Jeremias alegou que a carga seria levada para Campo Grande, mas os policiais acreditam que o destino real era a capital fluminense. Com a decretação de prisão preventiva, Jeremias será levado para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados).