Juiz considerou ofensivo argumento da defesa de Diogo Castilho de que juíza plantonista agiu influenciada pela mídia ao negar liberdade
Pela segunda vez em três dias, a Justiça negou liberdade ao vereador Diogo Castilho (DEM), preso desde sábado (4) acusado de agredir e ameaçar matar a noiva, cirurgiã dentista de 27 anos de idade. Médico, Diogo Castilho está na Penitenciária Estadual de Dourados.
Em decisão na tarde desta quarta-feira (8), o juiz da 4ª Vara Criminal Alessandro Leite Pereira rejeitou o pedido de liberdade provisória, apresentado pelos advogados Maurício Rasslan e Fellipe Penco Faria.
No recurso, a defesa alegou que a prisão preventiva decretada pela juíza plantonista Rosângela Alves de Lima Fávero deveria ser reformulada, pois o encarceramento provisório é “medida de exceção” e que não havia necessidade, pois a vítima mora em Douradina, “não havendo interesse seu em manter contato com ela”.
Também alegou a defesa que Diogo Castilho é pessoa conhecida na cidade de Dourados, onde é médico e já foi professor da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), além de não ter registro de antecedentes criminais.
Outro argumento dos defensores foi de que a juíza tomou a decisão que manteve a prisão foi influenciada pela mídia, “por ser o requerente pessoa pública”.
Ao negar a liberdade, o juiz afirmou que os argumentos foram apreciados anteriormente e não cabe ao juízo monocrático “debruçar-se sobre ele uma vez mais, sem que fato novo seja apresentado”.
“Quanto à afirmação de que a magistrada plantonista teria decidido influenciada pela mídia, trata-se de mera consideração pessoal e ofensiva a ela e que, portanto, não é digna de consideração por este magistrado. Aliás, tanto não é trazido pelo requerente qualquer fato novo capaz de ensejar uma nova análise quanto ao encarceramento cautelar, que é pedido, logo no início do requerimento, o reparo da decisão anteriormente proferida e não a consideração de novel situação fática capaz de alterar o posicionamento anteriormente estabelecido, razão pela qual a insurgência do requerente deve ser levada às instâncias superiores, estas sim revisoras das decisões de primeiro grau”, afirmou o magistrado.
Com o segundo pedido negado, a defesa terá de recorrer ao Tribunal de Justiça para tentar tirar Diogo Castilho da cadeia. Hoje, a Câmara recebeu pedido de processo de cassação contra ele por quebra de decoro parlamentar.