O homem que manteve sob tortura a esposa por um mês foi preso na tarde de ontem em Cuiabá, no Mato Grosso. Adailton Freixeira da Silva, de 46 anos, fugiu após matar a esposa, Francielli Guimarães Alcântara, de 36 anos, que por quase um mês foi mantida em cárcere privado na residência da família, em Campo Grande, além de ser vítima de sessões de tortura.
Equipes da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e Polícia Militar, com Batalhão de Choque, foram até a região do Lagoa Park em Cuiabá na tarde desta segunda, em buscas por Adailton. O irmão do acusado mora na região e há suspeita de que ele poderia estar na residência, mas não foi encontrado.
Francielli foi encontrada morta em casa e, a princípio, o caso foi tratado como morte natural pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). No entanto, no laudo da funerária, o delegado que atendeu ao caso percebeu lesões. O corpo foi encaminhado para verificação do óbito e o médico então retornou, alegando que os ferimentos não eram compatíveis com morte natural.
No Instituto de Medicina e Odontologia Legal foi confirmada a morte violenta. Francielli foi vítima de estrangulamento, asfixiada com um cordão em volta do pescoço. No corpo, várias outras lesões, dente quebrado, unhas quebradas, ferimentos na cabeça, o cabelo totalmente cortado, evidenciavam a tortura que ela sofreu por pelo menos um mês.
Imagens de câmeras de segurança flagraram o autor saindo da residência, momentos após o feminicídio. A princípio, ele teria dito ao filho de 17 anos que a mulher tinha tomado medicamentos e falecido.