Os principais alvos são os irmãos Renan e Renier de Souza Pinheiro
A Receita Federal do Brasil informou que quase R$ 400 mil em mercadorias estrangeiras ilegais foram apreendidos no âmbito da Operação Ligação Familiar, deflagrada nesta sexta-feira (3) em conjunto com a Polícia Federal e o MPF (Ministério Público Federal). A maioria é formada por celulares de alto valor.
O objetivo foi desarticular um grupo de empresas situado em Campo Grande e em Ribas do Rio Pardo, atuantes na comercialização de mercadorias de procedência estrangeira introduzidas irregularmente em território nacional, em especial, celulares de alto valor agregado.
Quanto aos demais bens apreendidos, a Receita informou que aguarda a consolidação das informações pela Polícia Federal. Fotos divulgadas mostram veículos, joias, relógios de luxo e até uma arma apreendidos. Não houve registro de prisões.
A investigação constatou que pessoas jurídicas, vinculados a um grupo de irmãos e a amigos próximos, foram constituídas com o propósito principal de conferir aparência de legalidade a atividades ilícitas, em especial à comercialização de mercadorias de procedência estrangeira introduzidas irregularmente no país.
Entre as principais características observadas nas empresas, destaca-se a emissão de notas fiscais “frias”, que teriam sido utilizadas com o objetivo de acobertar a comercialização e o transporte de mercadorias descaminhadas, seja por transportadoras, seja por meio dos Correios. No período de janeiro de 2020 a abril de 2025, essas empresas emitiram mais de R$ 18 milhões em notas fiscais de vendas e, de acordo com a análise bancária, realizaram movimentações financeiras que totalizam cerca de R$ 290 milhões
As informações fiscais dos sócios dessas empresas apontam indícios de movimentação financeira incompatível, ocultação de renda e patrimônio, enriquecimento ilícito, além de outros indícios de fraudes tributárias.
Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul. Os responsáveis poderão responder pelos crimes de descaminho e de lavagem de dinheiro.
Os principais alvos são os irmãos Renan e Renier de Souza Pinheiro. Outros três investigados são os empresários Marcos Freire Junior, Wanderson Lorais Salviano da Silva e Dyegho Magno Miranda Amarilho.