A Justiça condenou o pastor Evandro Luiz Baptista, 54, por abusar de mulheres sob a promessa de “cura espiritual”. O juiz Pedro Henrique Freitas de Paula, da 3ª Vara Criminal de Dourados, fixou penas que somam seis anos e oito meses de reclusão em regime inicial semiaberto. Evandro poderá recorrer em liberdade.
De acordo com o processo, o pastor foi responsabilizado por um crime de violação sexual mediante fraude e três crimes de importunação sexual.
Um dos episódios resultou em pena de dois anos e oito meses de prisão por violação sexual mediante fraude, com reconhecimento de violência contra a mulher e abuso de poder relacionado à função religiosa. Nos outros três casos, a condenação foi por importunação sexual, com um ano e quatro meses para cada vítima.
Evandro Baptista também foi condenado a pagar indenização mínima de R$ 10 mil a cada uma das quatro mulheres. O juiz rejeitou a substituição da sentença por medidas alternativas e negou a suspensão condicional da pena.
O caso
Apresentada em 2024, a denúncia do Ministério Público acusou o pastor de se aproveitar da posição de líder espiritual para promover encontros de oração durante madrugadas, tanto em montes quanto no templo, que ainda estava em construção.
Segundo as vítimas, durante os rituais, o pastor falava em “línguas estranhas” e convencia fiéis a praticarem atos sexuais, sob alegação de que a “passagem do varão” era necessária para transmitir energia vital e promover cura espiritual.
As vítimas são três jovens com idades entre 20 e 22 anos e uma mulher de 40. Na fase de inquérito policial, elas relataram beijos forçados, toques íntimos e atos sexuais sem consentimento.
Evandro foi preso em agosto de 2024 após a DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) pedir sua custódia. O mandado foi cumprido pela Guarda Municipal de Dourados. Três meses depois, ele foi solto com medidas cautelares para aguardar a conclusão do processo.