A Polícia Civil, por intermédio da Delegacia de Nioaque, concluiu nesta segunda-feira (18) a investigação sobre o desaparecimento de Leiza Ávila Ferraz, de 59 anos, ocorrido no dia 2 de outubro deste ano. O pedreiro Aleksandro de Souza, 49, vai responder por latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação de cadáver. Ele matou a mulher acreditando que ela tinha dinheiro em casa.
Segundo apurado, no dia 2 de outubro, familiares da vítima foram até a delegacia para noticiar o desaparecimento da servidora pública aposentada. Conforme os familiares, a última vez que haviam mantido contato com Leiza foi no dia 1º de outubro através de mensagens via whatsapp, cujo teor dizia que teria ido a Campo Grande com um amigo. Desde então, nem as mensagens e nem ligações feitas a ela estavam sendo completadas.
Logo após o registro do boletim de ocorrência, a Polícia Civil iniciou investigações e passou a coletar evidências e entrevistar testemunhas. Objetos pessoais de Leiza, como óculos de grau, documentos pessoais e cartões bancários, estavam em sua residência, exceto seu celular.
As investigações apontaram que Leiza não saiu da cidade e que possivelmente outra pessoa se passava por ela para encaminhar mensagens via WhatsApp para a família dela. Levantamentos levaram os policiais à residência de Aleksandro, perto da casa da vítima.
Na casa do indivíduo foi localizado um carregador de celular totalmente compatível em marca, modelo e número de série ao do celular da vítima. Diante da suspeita, a polícia pediu mandados de busca e apreensão e a prisão temporária do suspeito.
Ao ser questionado, em primeiro momento, Aleksandro afirmou que teria ajudado a esconder o corpo da vítima e apontou outros suspeitos que teriam ceifado a vida dela para praticar roubo e que teria apenas ajudado em troca de uma dívida. O indivíduo indicou o local onde teria deixado o corpo de Leiza.
Lá, os policiais civis encontraram sinais de incineração, com alguns fragmentos de ossos. A perícia foi acionada e verificou-se que se tratava de ossada humana. Foi coletado material para análise e confronto de DNA e, embora o exame ainda não ter sido concluído, o laudo necroscópico concluiu que a arcada dentária e próteses dentárias encontradas são totalmente compatíveis com os prontuários de tratamentos odontológicos da servidora aposentada.
Conforme as investigações foram avançando, a Polícia Civil verificou diversas contradições apresentadas por Aleksandro. Confrontado, ele confessou ter agido sozinho, pois acreditava que a vítima tinha dinheiro em casa. Valendo-se da relação de confiança que ela tinha com ele, tendo em vista que já havia feito serviços de pedreiro para a vítima, o criminoso a surpreendeu em sua residência, a amarrou e a amordaçou. Aleksandro alega que ela morreu enquanto estava amordaçada, por causa desconhecida por ele.
O autor confessou ainda que, munido das senhas do celular e do aplicativo bancário de Leiza, fez um pix para a sua conta e em seguida levou o corpo dela em seu veículo para lixão, onde ateou fogo para ocultar o cadáver. Ainda de acordo com ele, após deixar o corpo no aterro sanitário, foi até a sua residência, pegou o celular da vítima e, se passando por ela, encaminhou mensagens para os familiares dela e para ele mesmo, com o objetivo de encobrir vestígios.
Após alguns dias, ele escondeu o celular no interior de um pilar de concreto de uma obra em que prestava serviço. A equipe de investigação deslocou até o local indicado por Aleksandro e, com ajuda de ferramentas apropriadas, localizou o aparelho celular da vítima.
Apesar de o pedreiro negar que tenha ceifado a vida de Leiza, afirmando que ela foi a óbito por algum mal súbito, a versão apresentada não condiz com os elementos de prova colhidos pela Polícia Civil. A suspeita é de a morte tenha ocorrido por asfixia mecânica, razão pela qual Aleksandro foi indiciado por latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação de cadáver. Ele teve a prisão temporária convertida em preventiva e permanece em custódia.